Bradesco (BBDC4): JPMorgan eleva preço-alvo e vê nova ‘pernada’ na bolsa; veja potencial de alta
O otimismo de analistas com o Bradesco (BBDC4) continua a todo vapor. Agora, o bancão ganhou pontos com o JPMorgan, que já tinha recomendação de compra para ação, e elevou o preço-alvo de R$ 18 para R$ 20 até 2025, o que abre potencial de alta de 28% ante o último fechamento.
Segundo os analistas Yuri Fernandes, Guilherme Grespan, Marlon Medina e Fernanda Sayão, depois de chegar ao fundo do poço, o Bradesco vem ensaiando uma recuperação. Os resultados do segundo trimestre foram uma primeira indicação dessa tendência.
No período, o bancão lucrou R$ 4,7 bilhões, alta de 4,4% e acima das expectativas do mercado. Inclusive, desde o balanço, a ação já disparou 30% e caminha para inverter a perda do acumulado do ano. Se chegar a R$ 20, a ação voltará para o patamar de 2022.
No documento, os analistas destacam a reaceleração do crescimento dos empréstimos, a inflexão do NII (margem financeira) dos clientes, a otimização da pegada no caminho certo e o ROE (retorno sobre o patrimônio) subindo lentamente.
“Todas essas melhorias serão graduais, mas acreditamos que há argumentos que sugerem que o Bradesco deveria retornar ao ROE de 15-16% mais cedo do que a administração vem orientando”, destacam.
Os analistas notam ainda que bancos menores, com menor escala em tecnologia e financiamento, entregam ROE 12%. Se a divisão de varejo do Bradesco retornar pelo menos a esse nível, o banco consolidado volta a 16%, merecendo um valor contábil de 1,2x.
“Embora não seja um passeio no parque, uma vez que a recuperação continua em vigor, as fintechs continuam a ser uma ameaça e as taxas mais elevadas são um obstáculo (ou seja, reduzimos as nossas estimativas de rendimento de mercado), acreditamos que o risco recompensa permanece positivo”, argumenta.
Para 2024, o JP estima lucro de R$ 19,6 bilhões, alta de 20% ante o ano passado e ROE de 12%. Em 2025, o JP manteve as estimativas praticamente inalteradas, com lucro de R$ 26,4 bilhões, crescimento de 34%, e ROE de 15%.
Bradesco: Desconto excessivo com Itaú pode diminuir?
Os analistas lembram ainda que o Itaú (ITUB4) historicamente foi negociado com prêmio de 20% em relação ao Bradesco no P/BV (preço sobre valor patrimonial). Diferenças de capital, maior ROE, menor volatilidade dos lucros, são algumas das razões que poderiam explicar isso.
“Além disso, durante vários anos o Bradesco teve itens “recorrentes e não recorrentes” acima de seus pares, ajudando nos resultados”, dizem.
Ademais, para o JPMorgan, será muito difícil para o Bradesco retornar aos ROEs de 18-20%. O banco projeta ROE de 15% em 2025 e 16% em 2026.
Para o Itaú, o JP assume um ROE de longo prazo de 20% (inferior aos atuais 23%, pois acredita que o atacado eventualmente cairá, “embora a melhoria comercial do Itaú possa provar que estamos errados”).
“Em outras palavras, acreditamos que o prêmio justo do Itaú deverá passar para 50-60% à medida que o Bradesco executa sua recuperação”.
Entre os pontos que o Bradesco precisará ter atenção, estão:
- melhorar sua oferta digital,
- maior renda,
- mudanças recentes nos principais aspectos pessoais e como a cultura evoluirá nos próximos anos.
- reduzir a pegada, sem reduzir as receitas,
- recuperar ou pelo menos manter a quota de mercado mais estável a partir daqui;