Bradesco (BBDC4) ficou uma ‘pechincha’ após maior tombo em décadas?
O Bradesco (BBDC3) sofreu uma enxurrada de corte de preços-alvo e de recomendações de corretoras e bancos. Porém, para o JPMorgan o bancão caiu demais e abriu uma oportunidade de compra, com preço-alvo de R$ 21, potencial de alta de 35% ante o último fechamento.
A mudança fez o papel subir 2% em dia de queda generalizada dos mercados. Na quinta passada (10), a ação despencou 15%, perdendo R$ 28 bilhões, maior recuo diário em 20 anos.
Segundo os analistas, a ação negociada a 1x o P/BV (price to book value ou preço sobre o valor patrimonial por ação) traz um bom ponto de entrada, especialmente para investidores dispostos a suportarem esse ciclo mais difícil.
Os analistas lembram que o Bradesco negociou nesses patamares em duas ocasiões:
- durante a recessão brasileira de 2015-2016;
- Covid-19;
“Desde 2014 o Bradesco negociava a 1,7x P/BV médio, mas se voltar para a média de 2022 de 1,4x já poderíamos ver 40% de valorização com a reclassificação”, dizem.
Mas é preciso ter sangue frio com o Bradesco…
Apesar do potencial, o Bradesco continuará com a tendência negativa no curto prazo. Mesmo o JP recomendando a compra, o banco diminuiu o faturamento do Bradesco em 5% para 2023, a R$ 27 bilhões.
“Isso implica um ROE (retorno sobre o patrimônio) de 16% e agora estamos 4% abaixo do consenso da Bloomberg. Já estávamos há algum tempo abaixo do consenso, pois rebaixamos o nome em outubro devido a preocupações com a deflação e a qualidade dos ativos”, discorre.
Ainda segundo o banco, embora a avaliação seja atraente, “ainda vemos uma perspectiva nebulosa no curto prazo”.
“A orientação revisada implica um 4T22 muito desafiador (exigimos um ROE de ~13%) devido a provisões mais altas para perdas com empréstimos, mas acreditamos que isso seja mapeado e precificado pelos investidores”, diz.
Para 2022, o JP espera alta de 69% das provisões, patamar superior ao observado em 2016 e superior ao Itaú (ITUB4).
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