Bradesco (BBDC4): Em meio às incertezas, uma boa notícia ‘da gringa’; entenda
O Bradesco (BBDC4), que parecia estar no caminho para melhorar a rentabilidade, voltou a decepcionar analistas e investidores com resultados do quarto trimestre abaixo do esperado.
Porém, após ter derrapado 14% no ano, o Goldman Sachs vê sinais de que o papel tenha atingido o seu piso.
Em relatório publicado nesta terça-feira (20), o banco americano alterou a recomendação de venda para neutra, com preço-alvo de R$ 14, o que abre potencial de alta de pouco mais de 2,6%.
Na bolsa, o papel do Bradesco reagia, com elevação de 2,34%.
De acordo com os analistas Tito Labarta, Tiago Binsfeld, Beatriz Abreu e Lindsey Shema, o guidance (projeção) divulgado pela administração melhora a visibilidade da previsão de lucros, embora a execução permaneça um ponto de interrogação.
“Mudanças estruturais estão desenvolvendo histórias que poderiam melhorar a competitividade”, argumentam.
Além disso, destacam, equilibrar eficiência e ganhos de participação de mercado pode ser exigente no curto prazo, especialmente com a concorrência tanto de fintechs quanto de empresas estabelecidas.
Por fim, os analistas lembram que a ação negocia a um múltiplo equilibrado de 0,8 vezes o preço sobre valor patrimonial (P/BV), “que acreditamos refletir adequadamente os riscos negativos”.
Já o preço sobre lucro (P/L) do Bradesco está em 7,7x, abaixo dos níveis históricos de 10,0x e pares do setor privado em 8,0x.
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Bradesco: O que esperar do lucro?
A previsão do Goldman para o lucro líquido de 2024 segue em R$ 18,9 bilhões, com ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 11,3%.
De acordo com o banco, o NII (receita líquida de juros ) e uma normalização parcial nas provisões para perdas com empréstimos devem impulsionar a maior parte do aumento nos lucros com uma possível vantagem na melhora do ciclo de crédito.
“Além disso, nossa estimativa de lucro líquido para 2025 aumenta 5%, para R$ 23,7 bilhões, implicando um ROE de 13,2%”, coloca.
Mesmo assim, as estimativas do Goldman são 6% abaixo do consenso da Bloomberg para 2024 e 8% abaixo para 2025.