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Bradesco (BBDC4): Depois da tempestade vem o arco-íris? Veja o que analistas esperam do banco no 1T24

19 abr 2024, 16:30 - atualizado em 19 abr 2024, 16:30
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O Bradesco irá divulgar o balanço do primeiro trimestre de 2024 em 2 de maio (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

O Bradesco (BBDC4) apresentou um lucro líquido de R$ 2,87 bilhões no último trimestre de 2023, frustrando as expectativas do mercado. Para o início de 2024, no entanto, analistas estimam melhoras para os números do banco.

O analista Eduardo Nishio, e equipe, que assinam relatório da Genial Investimentos publicado na última quinta-feira (18), avaliam que uma melhora no próximo balanço será impulsionada principalmente pela redução das provisões para devedores duvidosos.

Para o primeiro trimestre de 2024 (1T24), a casa projeta um lucro de R$ 3,85 bilhões, expansão de 34% trimestre/trimestre, porém com uma queda de 10% ano/ano. A rentabilidade deve continuar em patamares fracos, em torno de 9,5% nesse começo de ano, avaliam.

Nishio destaca que a evolução nestes primeiros três meses do ano já era esperada, considerando que o quarto trimestre de 2023 (4T23) foi impactado por algumas despesas adicionais para reforço do balanço.

“O Bradesco provisionou R$ 2,5 bilhões na carteira de atacado no 4T23 que foram contabilizados como recorrente. Além disso, o banco provisionou antecipadamente R$ 1 bilhão em despesas de reestruturação e R$ 1 bilhão em despesas cíveis, ambos tratados como não recorrentes”, explica o analista.

Apesar do resultado atual não ser tão animador, a Genial acredita que o pior já passou e que a rentabilidade tende a melhorar com a recuperação do ciclo de crédito. Com a retomada da rentabilidade, mesmo que gradual, avaliam que as ações estão sendo negociadas a múltiplos atrativos.

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“Dessa forma, reiteramos nossa recomendação de comprar e vemos a ação em múltiplos atrativos, negociando apenas 7,9x P/L 24E e 5,0x P/L 25E, além de um P/VP 24E de apenas 0,9x”, dizem.

No entanto, a casa cortou o preço-alvo de R$ 20 para R$ 17, refletindo um menor Retorno sobre o Patrimônio (ROE) de longo prazo e o aumento do custo de capital, impactado pela abertura da curva dos juros americanos.

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BBA tem visão neutra para ações do Bradesco

O Itaú BBA, em relatório assinado por Pedro Leduc e equipe, também publicado na quinta (18), endossa a expectativa de melhora nos resultados do Bradesco, no entanto, pondera que o banco é “um verdadeiro market perform; nosso preço alvo de R$ 16/ação implica 1,0x P/B”. A posição market perform equivale a neutra.

O BBA espera que os lucros se recuperem dos mínimos do 4T23 para R$ 4 bilhões no 1T24, ROE de 10%.

Para os analistas, o principal fator será a redução das despesas com provisão de crédito, uma queda de 12% em relação ao trimestre anterior, à medida que surgem melhores colheitas de NPL (Non Performing Loan, ou crédito não produtivo).

Por outro lado, apontam uma carteira de empréstimos plana e compactação NIM (margem de juros líquida) do cliente. Também não esperam melhorias no NII (receita de juros) do mercado, levando a uma redução de 3% no NII total.

“Nossa projeção não inclui nenhum tipo de provisão pontual de reestruturação, que esperamos ter início no
2T24. No geral, o trimestre deverá reforçar uma recuperação muito gradual”, ponderam.

O BBA reforça que enxerga o caminho certo, contudo, também a sua gradualidade e riscos de execução.

O Bradesco irá divulgar seus números referentes ao primeiro trimestre de 2024 no dia 2 de maio, ainda sem confirmação se na pré-abertura ou pós-fechamento do mercado.