Bradesco (BBDC4) com recuperação tímida, dividendos da Petrobras (PETR4) e balanço da estatal; veja agenda da semana

Ao menos 33 empresas da Bolsa brasileira divulgam o balanço do segundo trimestre deste ano nesta semana, com destaque para Bradesco (BBDC4) e Petrobras (PETR4), que têm grande peso sobre o Ibovespa.

Os números são de um período marcado pela disparada do Ibovespa, que saiu da mínima em 23 de março, aos 96,9 mil pontos, para os 118,0 mil pontos no final de junho, acumulando uma alta de 21,7%.

Para analistas, a temporada de resultados é fundamental para entender em qual momento as empresas chegarão ao ciclo de corte de juros.

O Inter Research observou que o Bradesco faz parte do grupo de empresas que ainda apresenta resultados ruins, em consequência da Selic a 13,75%. Os analistas da instituição falam em recuperação “tímida” dos resultados.

Segundo eles, o banco ainda pode registrar, no balanço que será divulgado quinta-feira (3), uma pressão da inadimplência sobre o custo do risco.

“A tesouraria ainda negativa deve ter algum alívio com a curva fechando no trimestre, mas não esperamos um ROE normalizado por enquanto dado os desafios que o banco ainda enfrenta na qualidade de crédito”, destacou.

O Inter citou algum efeito positivo dos resultados de marcação a mercado de ativos disponíveis para venda vindo da queda dos juros. No entanto, o banco disse que no geral a expectativa é de um lucro ainda discreto.

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O que esperar da Petrobras

A XP Investimentos fala em um balanço da Petrobras, que também será divulgado na quinta-feira (3), com outro trimestre sólido – embora um pouco pior do que os três primeiros meses do ano, pondera, devido a variáveis macro mais fracas e menores volumes de vendas.

“Ao todo, estimamos um Ebitda Ajustado de US$ 11,7 bilhões (-16% T/T). Nossa estimativa de dividendos a serem declarados é de US$ 2,5 bilhões (~R$ 0,90/ação ou ~3% yield sobre PETR4), com riscos de alta para esse número devido aos atuais baixos níveis de alavancagem da Petrobras”, disse em relatório assinado por Andre Vidal e Helena Kelm.

A Petrobras já revelou que uma produção de 2,6 milhões de barris de óleo equivalente por dia totais de petróleo e gás no segundo trimestre, o que representa queda de 0,6% ante o mesmo intervalo do ano passado.

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Dividendos

Na última sexta, a Petrobras divulgou a aguardada nova política de dividendos, prevendo a distribuição de 40% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos.

Mesmo com o corte nos dividendos, analistas do Santander estão confortáveis com as estimativas para a Petrobras, com projeções de rendimentos de fluxo de caixa de 26% e 20% e um dividend yield de 13% e 9% para 2023 e 2024, respectivamente.

De acordo com o banco, isso implica que pelo menos uma parte do risco político já está precificada.

Segundo o Goldman Sachs, se baseasse as políticas da Petrobras no que outras grandes companhias petrolíferas estão fazendo, a estatal poderia pagar mais US$ 3,9 bilhões em dividendos junto com os resultados do segundo trimestre em agosto e US$ 3,5 bilhões com os resultados do terceiro trimestre em outubro.

Veja a agenda desta semana