Bradesco (BBDC4) lucra R$ 5,2 bilhões, alta de 13%, pouco acima do esperado; veja números do 3T24
O Bradesco (BBDC4) reportou lucro recorrente de R$ 5,2 bilhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 13,1% em relação ao mesmo período do ano passado, mostra documento enviado ao mercado nesta quinta-feira (31). Em comparação com o segundo trimestre, a cifra escalou 10%.
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O número ficou pouco acima do esperado pelo consenso da Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 5 bilhões no período.
Após sequência tenebrosa, com rentabilidade bem abaixo dos pares e índices de qualidade, incluindo inadimplência, que mostraram uma deterioração preocupante, o Bradesco tenta ‘acertar a mão’ no ano, algo que já foi visto no primeiro e no segundo trimestre, onde as despesas e a margem com cliente mostraram evolução.
O CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou que o resultado do terceiro trimestre foi mais um passo importante no crescimento da rentabilidade do banco.
“Mostra que estamos tracionados em todos os segmentos de clientes, avançando com segurança e expandindo significativamente as receitas em frentes variadas como crédito, serviços e seguros. Esse equilíbrio dá sustentabilidade à nossa trajetória”.
“Por certo, o cenário macro apresenta desafios. Mas o mix da nossa carteira de crédito é bem conservador e as novas safras de crédito vem apresentando boa qualidade. Nossos índices de inadimplência melhoraram novamente em todos os segmentos. Assim, nos sentimos confortáveis para continuar avançando”.
O banco é o segundo a divulgar o seu resultado, após o Santander Brasil (SANB11) ter entregado resultados pouco acima do esperado, com lucro líquido ajustado de R$ 3,7 bilhões, alta de 34% em relação ao mesmo período do ano passado.
E por falar em Santander, o banco não conseguiu superar a rentabilidade do seu rival espanhol, com um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 12,4%, alta de 1,1 ponto percentual no ano, enquanto o SANB encerrou o período com ROE de 17%.
Casas como Itaú BBA e XP esperavam ROE de 13%.
Bradesco: Pontos de qualidade
A margem financeira com clientes total, ponto onde analistas esperavam uma recuperação, melhorou 2,5% ante o trimestre passado, para R$ 15,6 bilhões, mas caiu 1,2% no ano.
Segundo o Bradesco, o aumento trimestral foi puxado pela contribuição do volume médio de negócios em todos os segmentos, melhora da margem com passivos e maior quantidade de dias.
No crédito, o banco destaca as pessoas físicas em financiamento ao consumo, especialmente com crédito pessoal. Para micro, pequenas e médias empresas, destaques nas linhas de capital de giro.
“Reforçamos que as concessões de crédito sempre consideram o retorno ajustado ao risco e, por isso, a orientação de desempenho é prioritariamente pela margem líquida com clientes”.
Enquanto isso, a receita com serviços somou R$ 9,9 bilhões, aumento de 5,1% no ano e 2,8% no trimestre, provocado pela margem com clientes, receita de serviços e seguros.
“A combinação de receita em alta, risco de crédito controlado e ajuste da estrutura física revelam ganho importante de produtividade na organização”, diz.
O Bradesco também nota que a linha segue em recuperação, impulsionada por maiores receitas com administração de fundos, custódia e corretagens, e consórcios.
O índice de inadimplência, importante termômetro para medir a capacidade dos clientes Bradesco de honrarem com suas dívidas, acima de 90 dias, caiu 0,7 ponto percentual no trimestre e 1,4 ponto percentual no ano, a 4,2%.
Para tanto, a PDD, reserva de capital que bancos fazem para lidar em casos de inadimplência, recuou 22,4% em relação ao mesmo período do ano passado, a R$ 7,1 bilhões.
De acordo com o banco, a mudança de mix segue gradual e, com isso, a inadimplência se manteve em queda e provisões se revelaram baixas, também beneficiadas por melhorias na cobrança.
“O crescimento das receitas, com o risco de crédito controlado, deve ser o principal fator a contribuir para a melhora da nossa rentabilidade nos próximos trimestres”.
Já a carteira de crédito expandida somou R$ 943 bilhões, alta de 3,5% no trimestre e 7,6% no ano. Houve expansão de 10% na carteira de pessoas físicas e 5,9% na de pessoas jurídicas (empresas).
“O crescimento reflete os ajustes efetuados na originação que demonstram melhor qualidade de crédito”.
As despesas operacionais foram influenciadas pelo aumento da participação na Cielo, com elevação de 4% no trimestre e 12,1% no ano. Sem o aumento as despesas teriam crescido 2% no trimestre e 9,9% no ano.