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Bradesco (BBDC4): Americanas (AMER3) pesa para tempestade perfeita; BBA foge da ação

30 jan 2023, 15:02 - atualizado em 30 jan 2023, 15:02
Bradesco Leilão Imóveis
Ações do Bradesco foram rebaixadas para “underperform” pelo Itaú BBA (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

O Itaú BBA, que já estava cauteloso com o setor bancário, deu mais um passo para trás ao cortar a recomendação do Bradesco (BBDC4).

As ações do Bradesco foram rebaixadas para “underperform” (desempenho esperado abaixo da média do mercado, equivalente a “venda”), com preço justo de R$ 14. Com isso, a companhia fica par a par com o Santander (SANB11), que também tem a classificação mais baixa pelos analistas do BBA.

Segundo a instituição, após um 2022 fraco, é bem provável que demore um pouco até os investidores voltarem a ganhar confiança com os papéis.

O BBA enxerga uma “tempestade perfeita” para os resultados do Bradesco em 2023 e 2024. De acordo com a instituição, um NII (margem financeira) fraco e custos elevados de provisões devem manter o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) abaixo do custo de capital até o fim do próximo ano.

Além disso, não só a carteira de crédito deve crescer menos, como o NIM (margem líquida de juros) de clientes enfraquecerá e os custos de crédito vão subir, prevê a instituição.

“O Bradesco teve uma expansão agressiva em PMEs (pequenas e médias empresas) e varejo, exatamente onde as condições de refinanciamento podem levar a NPLs mais altos. Conforme as provisões surgem, um movimento de de-risking de portfólio provavelmente deve comprimir bem os NIMs no próximo ano”, afirmam Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard, em relatório publicado neste domingo (29).

Para somar com os resultados fracos, incertezas nas políticas continuam elevadas para todo o setor, incluindo um número significativo de disputas fiscais judiciais, destacam os analistas.

Mais afetado pela Americanas

O BBA cita ainda o caso da Americanas (AMER3), que está causando um efeito cascata maior que o antecipado e, segundo a casa, poderia acelerar o que era esperado para ser apenas um ciclo de NPL (crédito não produtivo) corporativo normalizado, especialmente em PMEs.

Na avaliação dos analistas, o Bradesco deve ser o banco mais afetado pelo rombo da Americanas.

Entre os bancões, o BBA tem recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado), equivalente a “compra”) apenas para o Banco do Brasil (BBAS3), que mostra uma “trajetória completamente diferente de resultados” e conta com assimetria positiva de valuation.

Fora do universo de bancos, mas ainda no universo financeiro, o BBA tem preferência por B3 (B3SA3) e BB Seguridade (BBSE3).

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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