Economia

Bracher: Previdência deve ser aprovada até setembro e economia está tão boa “como nunca vi”

30 jul 2019, 12:41 - atualizado em 30 jul 2019, 12:43
Para o presidente do Itaú Unibanco, a queda da inflação e da taxa de juros são indícios de que a economia vai bem (Imagem: Vídeo institucional do Itaú Unibanco)

Por Arena do Pavini

A reforma da Previdência deve ser aprovada até o fim de setembro na Câmara e no Senado e, juntamente com as medidas anti-fraude já definidas, devem garantir uma economia de mais de R$ 1 trilhão em dez anos. “Isso deixa o Brasil em uma situação macroeconômica tão boa quanto eu nunca viu na minha carreira”, afirmou hoje o presidente do Banco Itaú Unibanco, Candido Bracher, durante entrevista sobre os resultados do banco no segundo trimestre.

Segundo ele, a reforma traz aspectos relevantes na parte fiscal do país, pois interrompe o crescimento da relação divida publica/PIB. Há ainda a melhora da questão inflacionária, pois há mais de um ano o país convive com preços bem comportados. Além disso, há mais de um ano os juros estão baixos e estáveis e agora com tendência de queda.

“Há ainda uma coisa muito importante que é a menor dependência externa”, afirmou. “Houve um tempo em que o Brasil era altamente dependente de financiamento externo e qualquer crise internacional tinha impacto muito grande crise”, lembrou. Hoje, segundo ele, a necessidade de capital externo é menor, o país tem reservas internacionais que equivalem a 20% do PIB e o déficit de contas correntes externas é baixo.

“O cenário macro é muito bom”, disse. O desemprego ainda alto, de 12%, também é um fator que ajuda na retomada do crescimento sem inflação. “Com um fator de produção importante sobrando tanto, o país pode crescer sem pressões inflacionárias”, disse. “É o que me faz ser otimista com a economia no curto e médio prazo”, afirmou.

Além da reforma da Previdência, Bracher diz que outras reformas podem acelerar o crescimento ao atuar sobre a produtividade da economia. “Vejo co bons olhos as alternativas de reforma tributária, pois hoje o atual sistema é um empecilho para o desenvolvimento do país, por isso somos classificados como país difícil para fazer negócio nos rankings internacionais”, explicou. Ele espera medidas para reduzir a burocracia e cita a Medida Provisória da Liberdade Econômica aprovada recentemente que deve simplificar vários aspectos da economia.

A preocupação maior, afirma Bracher, está no cenário externo. “Vejo as economias desenvolvidas com dificuldades para crescer sustentavelmente e há ainda o risco de guerra comercial entre os Estados Unidos e a China diminuir o crescimento do comércio mundial”, disse.

Sobre as turbulências políticas no Brasil, por conta das declarações polêmicas do presidente Jair Bolsonaro e seus confrontos com o Congresso, Bracher diz que o avanço das reformas econômicas tem permanecido apesar dessas turbulências.

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