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BR Distribuidora tem trimestre morno, mas ação está com desconto em relação à Ultrapar

11 ago 2021, 19:07 - atualizado em 11 ago 2021, 19:07
BR Distribuidora Etanol Gasolina BRDT3
Nesta quarta-feira (11), os papéis fecharam em queda de 3,36%, a R$ 27,62 (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

A BR Distribuidora (BRDT3) teve resultados mais fracos no segundo trimestre, mas a ação continua atraente, apontam analistas.

Nesta quarta-feira (11), os papéis fecharam em queda de 3,36%, a R$ 27,62.

A companhia reportou lucro líquido de R$ 382 milhões, alta de 103,2%. Os números ficaram 10% abaixo das estimativas do BTG e do consenso, com Ebitda ajustado de R$ 882 milhões. Os volumes também vieram 10% abaixo da expectativa do banco. 

“A falta de ganhos de estoque apesar do aumento dos preços dos combustíveis, aliada a uma demanda volátil em meio a mudanças nas tendências de mobilidade e algumas deseconomias de escala explicam os números”, completa.

A margem Ebitda no segmento do varejo somou R$ 80 por metro cúbico, abaixo do esperado, prejudicado por graves oscilações de participação de mercado, bem como um comportamento atípico do preço do etanol.

“A boa notícia é que a BRDT continua na liderança e adicionou 18 novos postos no trimestre, totalizando 302 adições nos últimos 12 meses. Continuamos a ver isso como uma prova da qualidade de sua proposta de valor para os varejistas”, observa. 

Para a Ativa Investimentos, ainda que o segundo trimestre tenha apresentado desafios causados pelo maior impacto da pandemia nos meses de abril e maio, como uma maior dificuldade no repasse de preços em sua rede de postos, “seguimos acreditando que a companhia conseguirá gerar valor através de sua agenda de otimização operacional”.

“Enxergamos ainda grande potencial de valor em sua colocação como agente transformacional no processo de evolução da matriz energética brasileira, na sua parceria com as Lojas Americanas e no anunciado programa de recompra de ações”, completa.

A corretora elevou a recomendação de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 37, potencial de valorização de 33,6%. 

O BofA lembra que a empresa terá uma série de avenidas para abastecer o seu crescimento, como:

  • um cenário econômico mais favorável, conforme a economia se recupera de um 1S20 muito fraco
  • iniciativas importantes de negócios e corte de custos;
  • um foco no fortalecimento estratégia comercial e de varejo;
  • oportunidades em gás natural;
O BTG também elevou o preço-alvo da BR para R$ 35 (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Ação descontada

Pelos cálculos do Bradesco BBI, as ações negociam com um EV/Ebitda, que mede o valor da empresa, de 8 vezes e um preço sobre o lucro de 17,2 vezes, um prêmio de 22% sobre as ações da Ultrapar (UGAP3), dona dos postos Ipiranga e sua concorrente direta. 

“Se a BR for capaz de entregar totalmente seu programa de corte de custos (que será um dos principais gatilhos nos próximos 12 meses), o preço sobre lucro ficaria mais próximo de 16 vezes (a um prêmio garantido de 15% para a Ultrapar)”, completa.

O BTG acrescenta que com uma mentalidade pronta não apenas para explorar novas oportunidades de crescimento, mas também recompensar continuamente os acionistas (um dividend yield de 9% esperado para este ano), a ação merece ser comprada. 

O banco também elevou o preço-alvo para R$ 35.