BR Distribuidora, Ipiranga ou Cosan-Shell: Qual comprar na Bolsa?
O setor de distribuição de combustíveis ganhou corpo na Bolsa no final do ano passado com a entrada da BR Distribuidora (BRDT3), que se uniu aos papéis da Ultrapar (UGPA3) – que comanda a rede Ipiranga, e da Cosan (CSAN3) – que administra os postos Shell em uma joint-venture. O momento de cada uma delas, contudo, é distinto.
Na semana passada, o analista Vicente Falanga do Bradesco voltou a analisar os três papéis e revisou as suas recomendações. Já nesta segunda-feira, o BTG Pactual iniciou a avaliação dos três ativos com recomendações diferentes para cada uma, mostra o documento assinado por Thiago Duarte e Pedro Soares.
“Enquanto esperamos que os grandes distribuidores continuem a manter as principais vantagens competitivas em relação aos distribuidores sem marca, também vemos menos potencial de crescimento e recomendamos um pouco de cautela ao abordar as caras avaliações históricas do setor”, destacam os analistas do BTG.
Falanga pontua que a indústria deve permanecer amplamente defensiva, com potencial de queda limitado, apesar das possíveis mudanças regulatórias no radar. “Por outro lado, as perspectivas de crescimento deve ser desafiadoras em 2019, com crescimento limitado do PIB, desemprego alto e maior sensibilidade ao preço do consumidor”, explica.
Cosan
O BTG reiterou a Cosan como a preferida do setor e disse que o investimento na empresa é uma maneira atraente de estar exposto à distribuição de combustível por meio de uma execução premium e a um preço de entrada atraente. O preço-alvo é de R$ 53 e a recomendação de compra. O Bradesco também indica a compra, com preço-alvo de R$ 50.
“Enquanto esperamos um dividend yield médio de 7% para os próximos três anos, os fluxos de caixa também devem ser protegidos da depreciação potencial do real em relação ao dólar, dada a exposição da empresa ao segmento de açúcar e etanol (estimado em 40% do Ebitda da empresa”, afirma Falanga.
BR Distribuidora
O BTG vê a BR Distribuidora com um valor descontado relativamente, bom fluxo de dividendos e sólida expansão potencial. Contudo, o banco acredita que isso é compensado pelos riscos políticos e de execução. “A boa notícia é que entregar suas metas de expansão de margem depende muito mais de recursos de execução (aprimorados) do que simplesmente um cenário de mercado mais favorável”, revelam Duarte e Soares. A recomendação é neutra e o preço-alvo projetado é R$ 24.
O Bradesco, por sua vez, indica a compra dos papéis e estima um preço-alvo de R$ 25. “A BR Distribuidora tem as melhores perspectivas para geração de caixa/dividendos entre seus pares e também oferece potencial de crescimento através de ganhos de eficiências, sem ter que lutar por participação de mercado”, destaca a análise.
Ultrapar
O BTG afirma que investir na Ultrapar é uma aposta de que ela irá recuperar seu status de ações premium, enquanto trabalha para consertar a execução e soluços estratégicos responsáveis pela recente queda nos lucros. A recomendação é de venda e o preço-alvo calculado é de R$ 42.
Falanga também destaca a Ultrapar como a menos preferida entre as três com a indicação neutra e preço-alvo de R$ 48. “A Ultrapar está passando por um período de ajustes estratégicos positivos que devem permitir à Ipiranga recuperar a sua participação de mercado a longo prazo. No entanto, a curto prazo, vemos esse período de transição tendo um impacto sobre o crescimento”, conclui.