BR Distribuidora ganha mais mercado, com volume de diesel resiliente em 2020
Em 2020, o volume de combustíveis comercializado no Brasil retraiu 4,7% na comparação anual como resultado das medidas de isolamento social impostas pela pandemia de Covid-19. No entanto, o diesel teve variação positiva de 0,2% no período, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Com isso, o Santander Brasil (SANB11) destaca as vendas de combustíveis no último trimestre do ano passado cresceram 0,5%, puxadas justamente pelo diesel. A ligação direta com o agronegócio beneficiou o combustível.
A principal companhia catalisadora, na opinião do analista Rodrigo Almeida, é a BR Distribuidora (BRDT3), cuja participação de mercado cresceu em dezembro passado de 20,7% em 2019 para 22,6%. No caso específico do diesel, o marketshare da distribuidora é ainda maior: cerca de 27%.
“A BR Distribuidora permanece como nossa top pick ao ter apresentado uma queda de volume de combustíveis de 5,6% em 2020, mas ter mostrado recuperação no quarto trimestre, ao somar alta de 7% no volume, sustentado por sua forte presença no varejo“, enfatiza o analista.
As concorrentes Raízen, controlada da Cosan (CSAN3), e o posto Ipiranga, que pertence à Ultrapar (UGPA3), tiveram desempenhos bem aquém, ao totalizaram no 4° trimestre alta no volume de apenas 1,6% e baixa de 5%, respectivamente.
Veja a seguir as recomendações do Santander para as três ações do setor de combustíveis:
Empresa | Ticker | Recomendação | Preço-alvo (R$) |
---|---|---|---|
BR Distribuidora | BRDT3 | Compra | 29 |
Cosan | CSAN3 | Manutenção | 86 |
Ultrapar | UGPA3 | Compra | 26 |
Bolsonaro x combustíveis
Nesta sexta-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro prometeu se reunir com representantes de caminhoneiros, taxistas e outros setores para anunciar mudanças no setor de combustíveis e na cobrança de impostos no setor.
Bolsonaro, que falou em discurso em um evento no Paraná, afirmou que não poderia dar detalhes do que seria anunciado, mas disse ainda que o imposto cobrado pelo governo federal, o PIS/Cofins, é previsível, em 33 centavos por litro, mas que o ICMS, cobrado pelos Estados, “pode mudar de hoje para amanhã.”
“Precisamos de previsibilidade”, disse, agradecendo ainda os caminhoneiros por não terem aderido à greve marcada para a última segunda-feira.