Comprar ou vender?

BR Distribuidora, Braskem, Petrobras ou Ultrapar: Quem perde com ataque terrorista?

16 set 2019, 15:04 - atualizado em 16 set 2019, 15:04
Analistas avaliam impacto para empresas ligadas ao petróleo (Imagem: Bloomberg)

O BB Investimentos publicou relatório sobre os impactos para as empresas de petróleo e distribuição de combustíveis resultantes dos ataques terroristas às instalações da Saudi Aramco.

Para o analista Daniel Cobucci, a cada US$ 1,00 adicionado no preço do petróleo, US$ 0,24 são acrescidos na cotação da Petrobras (PETR3PETR4).

Por outro lado, possível ingerência do governo preocupa. “Questões de curto prazo podem surgir, já que, no caso de uma transferência total do aumento de preços do petróleo para os consumidores, os caminhoneiros, que ainda demonstram algum desconforto com os preços atuais do diesel e com a política de frete mínimo, podem se reorganizar para uma nova greve”.

Neste sentido, a estatal teria que escolher “entre comprometer sua política de preços para evitar a greve ou repassar integralmente os aumentos de preços e correr o risco de se ver no centro de mais uma crise nacional”.

Refinarias em foco

O BB Investimentos pondera ainda que o plano de desinvestimentos das refinarias poderia ser prejudicado em caso de mudança na política de preços, pois “investidores interessados em comprar refinarias não seriam capazes de competir em um cenário em que seu principal concorrente (Petrobras) vende seus produtos por um preço inferior à paridade internacional”.

A recomendação para as ações preferenciais da maior petrolífera da América Latina é de outperform (performance acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 36,50 – upside (potencial de valorização) de 23,1% frente ao último fechamento.

Ganhos de estoque

Em relação às distribuidoras de combustíveis, Cobucci acredita que tanto a BR Distribuidora (BRDT3) quanto a Ultrapar (UGPA3) podem se beneficiar com ganhos de estoque, “uma vez que o estoque atual é constituído a preços mais baixos em comparação ao momento atual”.

“No caso da Oxiteno, da Ultrapar, o risco imediato é o aumento nos preços das matérias-primas, o que pode neutralizar os ganhos com estoque obtidos na Ipiranga”, avalia o BB Investimentos.

A recomendação para as ações da BR Distribuidora é de underperform (desempenho abaixo da média do mercado), com preço-alvo de R$ 25,00. Caso as projeções se materializem, os papeis podem cair até 8,4%.

Já a recomendação dos papeis da Ultrapar é de market perform (desempenho em linha com a média do mercado), com preço-alvo de R$ 25,00 – upside de 42,8% frente ao último fechamento.

Nafta em xeque

Por sua vez, a Braskem (BRKM5) deverá ser afetada pela disparada do petróleo. “A atual tendência de baixa nos spreads de produtos químicos […] pode acelerar ainda mais no contexto de um impacto permanente nos preços do petróleo, uma vez que a nafta está fortemente correlacionada com os preços do petróleo, e a Braskem conta com nafta para 85% da matéria-prima para a operação no Brasil”, avalia o analista.

“Portanto, o aumento dos preços dessa matéria-prima pode levar a margens mais baixas para a empresa”, conclui Cobucci. A recomendação do BB Investimentos para as ações é de market perform, com preço-alvo de R$ 45,00 – upside de 51,1% conforme o fechamento da última sexta-feira (13).

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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