BP deve expandir metas climáticas e avaliar reestruturação sob novo presidente
O próximo presidente da petrolífera britânica BP, Bernard Looney, planeja expandir as metas climáticas da companhia e está considerando uma reestruturação da empresa, no que seria uma das mais radicais mudanças na história do grupo de 111 anos.
O irlandês de 49 anos que assumirá o comando da BP em fevereiro, em substituição a Bob Dudley, tem planos para adotar metas mais amplas para redução de emissões de carbono, que provavelmente incluirão emissões produzidas pela queima de combustíveis e produtos vendidos a consumidores, em vez de levar em conta apenas as emissões das próprias operações da companhia, disseram quatro fontes.
O objetivo é alcançar e se possível ultrapassar esforços de rivais como Royal Dutch Shell e Repsol, à medida que crescem as pressões de investidores relacionadas às mudanças climáticas, disseram as fontes, que têm conhecimento das discussões internas com o novo presidente.
Metas climáticas mais rigorosas poderiam levar a BP a vender seus negócios mais intensivos em carbono, como campos de petróleo e gás na Angola e no Canadá, acrescentaram as fontes.
Como parte do esforço em relação ao combate à mudança climática, Looney também tem mirado uma ampla reorganização da companhia para cortar custos, e uma das ideias sendo exploradas seria a fusão de partes da divisão de produção de óleo e gás com operações de refino e petroquímicos, disseram cinco fontes.
O novo presidente-executivo e um time de assessores próximos tiveram uma série intensa de reuniões a portas fechadas nas últimas semanas para desenhar a nova estratégia, segundo três das fontes.
As ambições de Looney para a companhia devem ser apresentadas ao público em um discurso em 12 de fevereiro, uma semana após assumir o cargo. Ainda não está claro se Looney já decidiu adotar quaisquer mudanças estruturais no momento.
Um porta-voz da BP não comentou o assunto.
Qualquer nova estratégia, porém, exigirá equilíbrio e não será livre de riscos para a companhia, que liderou esforços no início dos anos 2000 para construir um grande negócio de energia renovável, sob o nome Beyond Petroleum (Além do Petróleo), que depois acabou com grandes prejuízos.