Bots sobre-humanos ameaçam receita de empresas de pôquer on-line
A ameaça para jogadores de pôquer on-line não são outros jogadores do outro lado da tela, mas os bots de inteligência artificial sobre-humanos que podem se infiltrar nos jogos, segundo analistas do Morgan Stanley.
“O (re) surgimento de bots de pôquer sobre-humanos no ecossistema on-line agora parece ser uma questão não de ’se’, mas de ’quando’”, escreveu o analista Ed Young em nota.
Em julho, um novo programa de inteligência artificial chamado Pluribus, apresentado pelo Facebook e pela Universidade Carnegie Mellon, venceu cinco jogadores profissionais de pôquer em um torneio Texas Hold’em de seis jogadores.
Além disso, a estratégia do Pluribus foi criada com baixo custo e em pouco tempo, enquanto bots de inteligência artificial anteriores que jogavam xadrez ou damas exigiam supercomputadores caros ou um grande número de servidores. É um “grande desenvolvimento” para a inteligência artificial, pois torna a estratégia acessível e rápida de replicar em nível técnico, disse Young.
O pôquer é exposto à ameaça de bots porque precisa de vários jogadores e é, sem dúvida, um jogo de habilidade; portanto, jogadores com confiança no sistema são essenciais, de acordo com Young. Se essa confiança for abalada, poderá atingir o número de jogadores recreativos que participam e estes são a principal fonte de receita para as operadoras, explicou.
Enquanto empresas de jogos on-line como The Stars, GVC Holdings e Playtech possuem mecanismos para proteção contra bots, a perda de confiança dos jogadores e, consequentemente, a receita resultante da proliferação de bots de inteligência artificial são “riscos plausíveis”, disse Young. O analista reduziu o preço-alvo para as ações das três empresas, sendo que a Stars é a mais exposta ao pôquer on-line.