EUA podem estar “à beira” de uma desaceleração da inflação, diz Bostic à CNBC
Os Estados Unidos podem estar se aproximando de uma queda na inflação, disse o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, nesta quarta-feira, embora tenha acrescentado ainda estar inclinado a adotar um ritmo um pouco mais rápido de aumentos nos juros neste ano.
“Estou muito esperançoso de que começaremos a ver esse declínio… Há algumas evidências de que estamos à beira disso”, disse Bostic em entrevista à CNBC.
Embora ainda espere que apenas três aumentos de juro de 0,50 ponto percentual sejam apropriados para este ano, Bostic disse: “Estou inclinado um pouco para quatro. Teremos de ver como a economia responde à medida que damos nossos primeiros passos” com um aumento inicial dos juros esperado para março.
A expectativa é que novos dados de inflação a serem divulgados na quinta-feira mostrem que o índice de preços ao consumidor continuou a subir a um ritmo anualizado de mais de 7% em janeiro –patamar não visto em décadas e que lembra os choques inflacionários dos anos 1970 e 1980.
A inflação pressionada levou o Fed a acelerar planos para aumentar as taxas de juros e reduzir sua carteira de títulos do governo e títulos lastreados em hipotecas.
Bostic disse que mais importante para ele do que o número da alta da inflação é se o ritmo de variação mensal continua a moderar.
“Se quisermos ver um retorno aos números mais próximos de nossa meta (2%), precisamos ver essas mudanças mês a mês começarem a diminuir”, disse Bostic. Nos últimos meses “o que temos visto é que a inflação não piora mês a mês, e espero que isso se traduza em um declínio lento à medida que avançarmos na primavera e no verão (nos EUA), o que me dará algum conforto de que estamos indo na direção certa.”
Há amplo consenso no Fed sobre a necessidade de começar a aumentar sua taxa de juros de referência ante o atual nível próximo de zero estabelecido para amortecer os efeitos econômicos da pandemia. Mas ainda não há clareza sobre o quão rápido ou a que patamar o banco central dos EUA se moverá, com algumas autoridades ainda esperando que a inflação diminua por conta própria e permita que eles sejam menos agressivos no aumento dos custos de empréstimos.