Bombeiro é preso no Rio acusado de atrapalhar investigações do assassinato de Marielle
Um bombeiro militar foi preso no Rio de Janeiro nesta quarta-feira acusado de atrapalhar as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018, informaram a polícia e o Ministério Público estadual.
Maxwell Simões Correa foi preso em sua casa, localizada em um condomínio de luxo na zona oeste do Rio de Janeiro e no local os agentes encontraram um carro importado de alto valor.
Segundo as investigações, o bombeiro teria ajudado a esconder armas que pertenceriam ao ex-policial militar Ronnie Lessa, preso e apontado como autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson em março de 2018.
As armas foram descartadas no mar e a suspeita é que entre elas estaria a submetralhadora usada para matar a vereadora.
O bombeiro teria emprestado o carro usado para esconder as armas, segundo as investigações.
A Reuters tentou contato com a defesa de Correa sem sucesso.
“O papel de Maxwell para obstruir as investigações foi ceder o veículo utilizado para guardar o vasto arsenal bélico pertencente a Ronnie, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para que o armamento fosse, posteriormente, descartado em alto mar”, disse o MP.
“A obstrução de Justiça praticada pelo denunciado, junto aos outros quatro denunciados, prejudicou de maneira considerável as investigações em curso”, acrescentou.
Lessa e o também ex-policial militar Helcio Queiroz estão presos fora do Rio e são apontados como os autores do crime. O mandante e o motivo ainda são investigados.
No final de maio, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou pedido da Pocuradoria-Geral da República para federalizar as investigações sobre o assassinato de Marielle e Anderson.
“A prisão ratifica a decisão de não federalizar do crime e achamos que será importante chegar a mais detalhes do crime. Nossa intenção é fazer esse desfecho e mais de 60 pessoas já foram presas”, disse o delegado Daniel Rosa.
De acordo com a promotora Simone Sibilio, Correa permaneceu em silêncio e pediu a presença de um advogado.
Além do mandado de prisão, a polícia e o MP cumprem 10 mandados de busca e apreensão.