Bom ritmo de recuperação sugere que Gol está preparada para decolar em 2021

Os números divulgados pela Gol (GOLL4) na última sexta-feira reforçam a perspectiva de “recuperação consistente” que os analistas do BTG Pactual (BPAC11) têm para a companhia aérea.

Na Atualização Mensal do Investidor, a empresa divulgou os dados operacionais referentes a dezembro. A Gol conseguiu fechar o último mês do ano mostrando uma boa retomada dos negócios.

A média diária de voos cresceu 29% em relação a novembro, de 369 a 476, graças às festas de fim de ano. Em períodos de pico, a companhia conseguiu operar cerca de 610 voos por dia.

O número de passageiros transportados atingiu novo recorde desde o início da pandemia de Covid-19, superando 89 mil clientes em um único dia.

A taxa de ocupação média manteve o nível observado nos meses anteriores e encerrou o mês em 81%, enquanto as receitas brutas somaram R$ 852 milhões.

O relatório também mostrou que dezembro foi o segundo mês consecutivo com geração de caixa para a Gol desde a Covid-19. A geração líquida de caixa da companhia ficou positiva em R$ 6 milhões por dia, o dobro em relação aos números de novembro.

Quarto trimestre

A Gol também divulgou dados do quarto trimestre de 2020. Em relação ao terceiro trimestre, a busca por passagens aéreas da empresa avançou 46%. Consequentemente, as vendas chegaram a subir 24%.

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Na opinião do BTG, a Gol reportou “números decentes” no período, principalmente considerando os desafios do ano passado. O desempenho segue em linha com os números preliminares do banco.

Início de ano promissor

A Gol também comentou sobre as expectativas para o início de 2021. A aérea ampliou sua capacidade em janeiro para aproximadamente 550 voos diários, com 92 aeronaves em operação na sua malha.

Em dezembro, a companhia reiniciou os voos comerciais com o Boeing 737 MAX, tendo transportado 100 mil clientes no mês. Em janeiro, a companhia dará continuidade ao plano de ajuste de frota. Ela terá reduzido a quantidade de aeronaves em 14 Boeing 737 arrendadas e cortado em 34 aeronaves as entregas 737 MAX previstas entre 2020 e 2022.

O BTG tem recomendação de compra à Gol, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 31. Além do papel estar barato, os analistas enxergam a Gol em bom ritmo de recuperação devido a uma menor exposição ao mercado internacional em relação aos pares, à administração bem-sucedida de redução de frota, à redução gradual do risco de liquidez e aos ganhos de eficiência com as aeronaves Boeing 737 MAX.

Os analistas acreditam que as atualizações da proposta de incorporação da Smiles (SMLS3) serão o principal gatilho no curto prazo.