Bom e barato: Por que comprar Banco do Brasil (BBAS3) após resultados? Veja 4 motivos
O Banco do Brasil (BBAS3) fechou com chave de ouro a safra de resultados dos bancões da Bolsa.
Após cifras fracas de Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4), a companhia mostrou que está no jogo e pronta para marcar pontos com os analistas e investidores, a despeito dos riscos políticos que rondam a estatal em anos eleitorais.
O mercado reagiu aos números. Na sessão desta terça-feira, a ação saltou 4,74%, a R$ 35,13, e foi um dos destaques do Ibovespa (IBOV), que subiu 0,82%, a 114.8 pontos.
Os números foram suficientes para alterar a recomendação do BTG de neutra para compra. O lucro líquido de R$ 5,9 bilhões ficou 22% acima do esperado pelo banco.
De acordo com os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, embora se possa argumentar que foi um resultado de baixa qualidade, assim como nos dois trimestres anteriores, eles lembram que, mesmo excluindo os ganhos da Previ e normalizando as despesas de risco legal, o balanço ainda teria ficado acima do esperado.
“Além disso, o forte crescimento verificado no quarto trimestre, com os NPLs (crédito não-produtivo) sob controle, deve garantir um bom 2022 para o BB”, completam.
Veja 4 motivos para comprar a ação, segundo os analistas:
1 – Ação barata
Um dos principais pontos para sustentar a visão otimista dos analistas para o Banco do Brasil é sua ação barata.
Historicamente, o papel possui um desconto para os bancos privados. No entanto, essa diferença está muito alta para ser ignorada, como coloca o BTG Pactual no relatório.
“O BB atualmente tem um valor de mercado de R$ 96 bilhões, o que significa que estaria sendo negociado a um preço muito baixo de 3,9 vezes o preço sobre lucro para 2022 (e um dividend yield de 10%, assumindo um pagamento de 40%) se os R$ 24,5 bilhões fossem entregues”, argumenta.
Além disso, o BTG ressalta que o papel está negociando nos patamares do pior momento do Governo Dilma, quando o país enfrentava uma dura recessão, e a níveis semelhantes aos de 2008 (antes da quebra do Lehman Brothers, que desencadeou uma depressão econômica).
“Se ajustarmos o risco, pode-se argumentar que a ação parece ainda mais atraente agora”, diz.
O Credit Suisse também ressalta que a ação está barata, negociada a 3,9x o preço sobre lucro para 2022, níveis semelhantes a 2015-16, “uma época em que o setor corporativo brasileiro estava à beira de uma crise de crédito”.
“O BB agora está mais e melhor capitalizado, e o cenário de qualidade dos ativos não poderia ser mais diferente. Vemos o banco oferecendo a maior assimetria de avaliação na cobertura de nossos bancos”, argumenta.
2 – Qualidade
Outro aspecto elogiado por analistas foi a qualidade dos números do BB. O Credit Suisse destaca a maior participação do crédito nas margens financeiras, o bom desempenho da qualidade dos ativos e provisões acima da formação do crédito não-produtivo.
Na visão do Bradesco BBI, a surpresa positiva ocorreu, principalmente, por melhores ganhos de tesouraria, menores provisões, maiores receitas de tarifas e uma alíquota efetiva de imposto mais baixa.
Apesar disso, os ganhos foram parcialmente compensados por uma margem de crédito fraca e despesas operacionais mais altas.
“Destacamos que a Previ apresentou mais um resultado relevante, sustentando também o forte lucro líquido recorrente do trimestre. É importante ressaltar que os índices de cobertura e inadimplência do banco permaneceram em níveis saudáveis, mostrando uma carteira menos arriscada”, diz.
Já o Itaú BBA lembra que a inadimplência caiu no trimestre, a cobertura aumentou e os índices de eficiência melhoraram.
“Isso define o clima para a orientação de crescimento do lucro líquido de 10% a 24% do ano para 2022, representando uma vantagem de 10% em relação à nossa chamada atual”, observa.
A XP diz que o perfil defensivo de sua carteira de crédito continua sustentando seu baixo índice de inadimplência e robusto índice de cobertura.
3 – Projeções
Junto com os resultados, o BB também divulgou as projeções para 2022. O banco espera lucrar entre R$ 23 bilhões e R$ 26 bilhões em 2022, mostra projeção divulgada nesta segunda-feira (14).
O banco também estima crescimento de até 12% na carteira de crédito, sustentado, principalmente, pela alta de pessoas físicas e do agronegócio.
Na avaliação do BTG, as projeções foram mais conservadoras, mas ainda guardam potencial de alta muito bom.
A Ativa Investimentos considera os números sólidos, com crescimento de margem financeira, carteira de crédito e lucro líquido acima das projeções.
Já a XP classifica o guidance como robusto, com crescimento da carteira de crédito de 8% a 12% impulsionado pelos empréstimos de varejo e rural, “o que pode ser desafiador considerando o cenário macroeconômico mais deteriorado”.
Para o Credit Suisse, o crescimento de NII de dois dígitos e o custo controlado do risco serão os principais impulsionadores para bater as projeções.
4 – Tem espaço para valorização
A ação do Banco do Brasil subiu 20% neste ano, mas há espaço para mais altas. A Genial afirma que, apesar dos riscos eleitorais e com a melhora dos fundamentos, a maior parte dos riscos já está precificado.
A corretora tem preço-alvo de R$ 44, potencial de alta de 25%. A XP também possui recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 52, potencial de alta de 46%.
Veja as recomendações:
Corretora | Recomendação | Preço-alvo | Potencial |
---|---|---|---|
Itaú BBA | Compra | R$ 41 | 15% |
Genial | Compra | R$ 44 | 25% |
BTG | Compra | R$ 45 | 26% |
XP | Compra | R$ 52 | 46% |
Credit Suisse | Compra | R$ 45 | 28% |
Ativa | Neutra | R$ 30,6 | -14% |