Política

Bolsonaro usa Twitter para mostrar que vai indicar diretor-geral da Polícia Federal

24 abr 2020, 11:03 - atualizado em 24 abr 2020, 11:03
Jair Bolsonaro e Sergio Moro
O indicado para o cargo é, de fato, nomeado pelo presidente, mas a praxe é que o nome seja indicado pelo ministro da Justiça (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

Sob a ameaça do pedido de demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no Twitter para justificar a demissão do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, apesar da contrariedade de Moro, e mostrar que vai escolher o sucessor.

Em sua conta, Bolsonaro publicou uma foto da exoneração de Valeixo, destacando o “a pedido” –o que é apenas uma formalidade– e acrescentou o artigo legal que trata da nomeação do diretor-geral da PF.

“Art. 2º-C. O cargo de Diretor-Geral, NOMEADO PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, é privativo de delegado de Polícia Federal integrante da classe especial”, escreveu o presidente no Twitter, referindo-se a lei de reorganização das carreiras da Polícia Federal.

O indicado para o cargo é, de fato, nomeado pelo presidente, mas a praxe é que o nome seja indicado pelo ministro da Justiça.

A visão dentro do ministério e dentro da própria corporação é que o diretor-geral é uma pessoa de confiança do ministro da Justiça e deve ser mantido fora das influências políticas do Planalto o máximo possível –até porque é a Polícia Federal a responsável por investigar ministros e, em alguns casos, o próprio presidente.

Bolsonaro já havia ensaiado demitir Valeixo em outras ocasiões. Desde a metade do ano passado, o presidente tentava substituir o diretor-geral, homem da confiança de Moro, com quem trabalhou na operação Lava-Jato em Curitiba. Mas a resistência do ministro a mudanças havia segurado a alteração até agora.

Jair Bolsonaro Sergio Moro
A visão dentro do ministério e dentro da própria corporação é que o diretor-geral é uma pessoa de confiança do ministro da Justiça e deve ser mantido fora das influências políticas do Planalto (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

Na manhã de ontem, Bolsonaro informou Moro sobre sua decisão, e o ministro então avisou que poderia deixar o cargo, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters. Uma operação de emergência para tentar demover o ministro foi capitaneada pelos ministros da Casa Civil, Walter Braga Netto, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.

A intenção era que Valeixo saísse, mas Moro pudesse então indicar o sucessor. Segundo uma fonte, a tentativa de acordo não foi adiante.

Bolsonaro tocou adiante a demissão de Valeixo, publicada em uma edição extra do Diário Oficial na madrugada desta sexta e pretende indicar seu sucessor.

De acordo com uma fonte ouvida pela Reuters, Moro deve pedir demissão em pronunciamento marcado para as 11h desta sexta.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar