Bolsonaro usa diesel como última cartada para evitar vitória de Lula no 1º turno

As últimas pesquisas eleitorais indicam que o Lula (PT) está a poucos números de vencer as eleições presidenciais no primeiro turno.

Na pesquisa do BTG Pactual com o Instituto FSB, o ex-presidente manteve a liderança com 44%. E mais: quando considerados os votos válidos (descartando os votos em branco, nulos e os que não responderam) Lula tem 47% das intenções de votos.

Já na pesquisa do Instituto Ipec, Lula registra 52% dos votos válidos. Para vencer sem nem disputar o segundo turno, o petista precisa de 50% dos votos válidos mais um.

“Lula vem ampliando a vantagem sobre Bolsonaro. Isso deverá ampliar a ação do ex-presidente para conquistar voto útil, ao passo que os adversários deverão tornar a campanha ainda mais agressiva nesses últimos 12 dias antes da eleição”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

A cartada dos combustíveis

Na tentativa de evitar a vitória de Lula, Jair Bolsonaro (PL) tenta subir nas pesquisas apoiado no preço dos combustíveis. Ontem, a Petrobras (PETR4) anunciou o seu oitavo reajuste nos preços.

O valor médio de venda do diesel A passou de R$ 5,19 para R$ 4,89 por litro. Trata-se de uma redução de R$ 0,30 por litro ou de 5,78%.

Rafael Passos, analista da Ajax Capital, lembra que o reajuste está atrelado à queda do diesel no mercado internacional. “Desde o último reajuste da Petrobras, os preços do diesel na Costa do Golfo recuaram em torno de 6%. Ou seja: o anúncio reflete essa tendência de queda dos preços internacionais”.

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No entanto, o presidente não esconde que discorda da política de preços da estatal. Além disso, ele já mudou a liderança da Petrobras quatro vezes, até conseguir colocar no cargo Caio Mário Paes de Andrade.

Desde que assumiu o cargo em 28 de junho, a empresa já promoveu quatro cortes na gasolina, três no diesel e um no gás de cozinha (GLP). Além disso, três desses reajustes foram anunciados após o início da campanha eleitoral, que começou em 16 de agosto.

As reduções seguidas nos preços, junto com o corte do ICMS para combustíveis e energia, é o que vem ajudando no arrefecimento da inflação, que caiu nos últimos dois meses.

Campo de batalha

Os candidatos ainda têm 12 dias para conquistar os eleitores. Nos próximos três dias serão divulgadas as pesquisas da Quaest, Datafolha e Ipespe.

Além disso, nos dias 24 e 29 de setembro ocorrerão mais dois debates presidenciais: o primeiro é organizado por um pool de veículos de comunicação (SBT, CNN Brasil, Terra, NovaBrasil, Estadão/Eldorado e Veja), enquanto o último é na Globo.

Bolsonaro e Lula ainda não confirmaram presença nos debates.

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