Bolsonaro responde ao TSE que falas sobre eleição a embaixadores são debate de ideias e nega propaganda eleitoral
A defesa do presidente Jair Bolsonaro negou nesta quinta-feira, em resposta enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o candidato à reeleição tenha realizado propaganda eleitoral antecipada em reunião com embaixadores na semana passada, e disse que as afirmações do Bolsonaro colocando em dúvida a segurança do sistema eleitoral brasileiro fazem parte de um debate de ideias.
As manifestações foram apresentadas pela defesa do presidente em documento enviada à corte eleitoral no âmbito de ações apresentadas por partidos de oposição que argumentaram a realização de propaganda eleitoral antecipada por parte de Bolsonaro na reunião.
Segundo a defesa, “inexiste uma linha sequer a indicar qualquer conteúdo relacionado aos pré-candidatos para o cargo de presidente da República no pleito de 2022 que pudesse ser analisado por essa Corte Superior quanto ao enquadramento no conceito de propaganda eleitoral antecipada”.
Bolsonaro foi instado a se manifestar pelo presidente do TSE, ministro Edson Fachin, que determinou que todas as partes dos processos se pronunciassem.
O PL, partido do presidente, disse em resposta separada que o encontro de Bolsonaro com embaixadores foi um ato de governo, e não eleitoral, e não representou propaganda antecipada.
Na reunião da semana passada, Bolsonaro chamou embaixadores e representantes diplomáticos de governos estrangeiros que atuam no Brasil para repetir os ataques infundados que frequentemente faz às urnas eletrônicas, desta vez para um público externo, e para novamente atacar Fachin e o ministro Alexandre de Moraes, que presidirá o TSE no período eleitoral.
A defesa do presidente afirmou que as declarações de Bolsonaro se encaixam em um contexto de “debate de ideias”.
“De fato, o que se tem nos autos é a exposição de críticas, ainda que duras e enfáticas, do presidente da República em relação a algumas fragilidades que, segundo pensa, existem no sistema eletrônico de votação atualmente vigente no país. De fato, a exposição de posicionamentos políticos individuais –que obviamente inclui críticas a posições diversas– configura manifestação de opinião política própria inerente ao debate de ideias, jamais indicando a suposta existência de propaganda eleitoral negativa.”
A menos de três meses do primeiro turno da eleição, marcado para 2 de outubro, Bolsonaro aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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