Política

Bolsonaro rebate críticas e diz que o documento citado “não tem nada de mais”

09 set 2021, 21:46 - atualizado em 09 set 2021, 21:46
Jair Bolsonaro
Bolsonaro voltou a sugerir irregularidades nas últimas eleições e disse acreditar ter recebido mais votos do que os computados (Imagem: Facebook/Jair Bolsonaro)

O presidente Jair Bolsonaro rebateu as críticas que recebeu de aliados nas redes sociais à nota divulgada por ele nesta quinta-feira para amenizar a crise atravessada pelo país, e disse que o documento “não tem nada de mais”.

Segundo ele, a intenção da nota, elaborada com a ajuda do ex-presidente Michel Temer a pedido do próprio Bolsonaro, demonstra sua abertura para o diálogo.

A declaração foi bem recebida pelo mercado financeiro, mas teve impacto negativo entre os grupos de apoiadores mais aguerridos do presidente nas redes sociais.

“Não tem nada de mais ali”, disse o presidente em sua transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais, apontando que reiterou na nota, por exemplo, o respeito às instituições e a disposição de dialogar.

“O que dei a resposta ali é o seguinte: eu estou pronto para conversar… por mais que eu tenha problema”, acrescentou.

Ao citar que “alguns” do seu lado pediam reação imediata às respostas dadas pelo Judiciário a ataques de Bolsonaro no 7 de Setembro quando o presidente subiu o tom dos ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ameaçou a corte com uma ruptura, Bolsonaro disse ter respondido que era necessário “acalmar”.

“Queriam que eu respondesse o presidente do Supremo, o Fux, que fez uma nota dura, sim fez uma nota dura na quarta-feira. Me criticou”, disse Bolsonaro, referindo-se ao presidente do STF, Luiz Fux, que afirmou no dia seguinte aos protestos de 7 de Setembro que o descumprimento de decisões judiciais configura crime de responsabilidade.

Nas manifestações da terça-feira, Bolsonaro desferiu ataques a ministros STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de anunciar que não irá mais cumprir decisões judiciais do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Bolsonaro citou ainda repercussões às suas falas nos atos de 7 de Setembro do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do procurador-Geral da República, Augusto Aras.

Ao reafirmar sua abertura para o diálogo, afirmou que não agrediu qualquer instituição e que tem “brigas pontuais” com ministros do Supremo. Manifestou, inclusive, intenção de conversar com o presidente do TSE e ministro do STF Luís Roberto Barroso, um dos alvos preferidos de seus ataques.

Emendou, no entanto, em um de seus assuntos preferidos e objeto da discórdia com o presidente da corte eleitoral: seus questionamentos sobre a confiabilidade do atual sistema de votação.

Na live desta quinta, Bolsonaro voltou a sugerir irregularidades nas últimas eleições e disse acreditar ter recebido mais votos do que os computados.

Também questionou o fato de Barroso ter anunciado medidas que ampliam a transparência do sistema de votação. Para Bolsonaro, se há espaço para novas medidas, é porque havia brecha no sistema.