Bolsonaro na Rússia: Ernesto Araújo critica viagem de presidente (quem diria…)
Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores de Jair Bolsonaro, criticou em duas ocasiões, nesta terça-feira (15), a viagem do presidente à Rússia. Para o ex-chanceler, a visita “pode sinalizar acoplamento do Brasil ao projeto ‘euroasiático’ russo e chinês”, que é contrário à democracia e ao livre mercado e apoia regimes narco-socialistas na América Latina”.
Araújo, que ficou conhecido pela sua idolatria ao ex-presidente americano Donald Trump e pela má vontade em manter relações diplomáticas cordiais com a China, maior parceira comercial do Brasil, criticou Bolsonaro em participações em programas jornalísticos da Rede TV e da Jovem Pan News.
Participei também hoje do Opinião no Ar @opiniaoredetv. Visita presidencial à Rússia pode sinalizar acoplamento do Brasil ao projeto “eurasiático” russo e chinês, que é contrário à democracia e ao livre mercado e apoia regimes narco-socialistas na AmLat.https://t.co/oSAZ2okY1Y pic.twitter.com/Q6lc6Zyi0y
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) February 15, 2022
Isolado, Bolsonaro tenta alcançar alguma projeção mundial com a visita a Vladimir Putin, mesmo sob pesadas críticas da comunidade internacional. O Itamaraty afirma que o motivo oficial da viagem é acertar a importação de fertilizantes da Rússia para o Brasil.
À Jovem Pan News, Araújo disse que esse tema “não necessitaria de uma visita presidencial que será lida como aproximação à Rússia num momento em que a Ucrânia está ameaçada.”
Falei hoje na @JovemPanNews sobre a visita do Presidente Jair Bolsonaro à Rússia. Importação de fertilizantes não necessitaria de uma visita presidencial que será lida como aproximação à Rússia num momento em que a Ucrânia está ameaçada.https://t.co/Zn3vkjFrgV pic.twitter.com/7LYGf6Iakd
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) February 15, 2022
“Bolsonaro impede invasão da Ucrânia”
Mais cedo, outro ex-ministro também abordou a viagem de Bolsonaro. Ricardo Salles, que comandou o Ministério do Meio Ambiente e integrava, como Araújo, a chamada ala ideológica do governo, divulgou em sua conta no Twitter que Bolsonaro foi responsável por impedir que a Rússia invadisse a Ucrânia.
Compartilhou, ainda, uma imagem manipulada de uma capa da Time, uma das mais influentes revistas do mundo, em que Bolsonaro aparece como candidato ao prêmio Nobel da Paz deste ano. Diante da repercussão negativa da fake news, Salles disse que tudo não passou de uma brincadeira. O post, contudo, foi compartilhado por mais de 3 mil seguidores do ex-ministro bolsonarista.