Bolsonaro na ONU: “Meu governo recuperou a credibilidade externa do Brasil”
O presidente Jair Bolsonaro abriu, pela terceira vez, a assembleia geral da ONU. Sob aplausos frios e protocolares dos chefes de Estado, o ex-capitão fez um discurso muito mais focado em sua base eleitoral, do que na construção de uma imagem positiva do Brasil no exterior.
Bolsonaro repisou temas já vistos, como o de que sua eleição evitou que o Brasil mergulhasse no socialismo, que seria caracterizado pelos prejuízos das estatais e pelo uso do BNDES para financiar obras em “países comunistas”. E acrescentou: “o Brasil tem um presidente que acredita em Deus, respeita a constituição, valoriza a família e deve lealdade ao seu povo. E isso é muito.”
Sem corrupção
Envolvido em suspeitas de prevaricação, por conta de negociações entre o Ministério da Saúde e empresas que desejavam vender vacinas ao governo, e vendo seus filhos investigados por supostos esquemas de rachadinha em seus gabinetes, Bolsonaro repetiu que o governo está “há dois anos e oito meses sem qualquer caso concreto de corrupção.”
Depois de causar embaraço na diplomacia brasileira por ser o único chefe de Estado que não se vacinou para ir à assembleia da ONU, Bolsonaro atacou frontalmente os países que condenaram o chamado “tratamento precoce”, composto por um coquetel de remédios sem comprovação científica, como a cloroquina.
“Não entendemos porque muitos países se colocaram contra o tratamento precoce. A história e a ciência saberão julgar a todos”, profetizou.
Futuro verde
Na área econômica, procurou mostrar o Brasil como um destino seguro para os investimentos internacionais, com uma agricultura sustentável e uma legislação ambiental avançada. “Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa quanto o nosso, e que deve servir de exemplo para os outros países do mundo”, afirmou.
Em seguida, emendou: “o futuro do emprego verde está no Brasil, com sua agricultura sustentável e energias renováveis”.
Bolsonaro também abordou as manifestações de Sete de Setembro, quando atacou o STF e ameaçou não cumprir decisões judiciais. O presidente afirmou que os atos, que repercutiram por todo o mundo e levantaram dúvidas sobre a saúde da democracia brasileira, foram demonstrações “pacíficas” de cidadãos para “defender a democracia e apoiar o meu governo.”
Por último Bolsonaro afirmou que seu governo “recuperou a credibilidade externa” do país.