Bolsonaro na avenida Paulista: “Só Deus me tira do cargo”
Em um duro discurso a apoiadores na avenida Paulista, na cidade de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro defendeu novamente os principais pontos de seus discurso nas últimas semanas. Atacou nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e com o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso; defendeu o voto impresso auditável com “contagem pública”, e reafirmou sua disposição de permanecer no Palácio do Planalto.
“Quero dizer a quem, no TSE, quer me tornar inelegível, que só Deus me tira de lá [da presidência]”, afirmou, para emendar rapidamente: “Só preso, morto ou com a vitória. E quero dizer aos canalhas que nunca serei preso. Minha vida pertence a Deus, mas a vitória é de todos.”
Eleições, democracia e farsa
Bolsonaro insistiu nas críticas ao sistema eleitoral. “Nós acreditamos e queremos a democracia, mas a alma da democracia é o voto. Não podemos admitir um sistema eleitoral que não oferece nenhuma segurança”, afirmou. Em seguida, mirou em Barroso, atual presidente do TSE: “Não é uma pessoa no TSE que vai nos dizer que o sistema é seguro”.
Nesse ponto do discurso, o presidente voltou a defender “o voto auditável com contagem pública de votos. Queremos eleições limpas e auditáveis”.
Bolsonaro voltou a insinuar que pode não participar das eleições do ano que vem, ou, então, questionar seu resultado, caso as medidas que defendem não sejam adotadas pelo TSE. “Não posso participar de uma farsa como essa patrocinada pelo TSE”, disse.
Açoite
Em outro momento, o ex-capitão voltou sua artilharia contra o STF. “Não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continue açoitando nossa democracia”, disparou. O presidente acrescentou que não quer “o conforto dos palácios e as benesses de Brasília”. “Quero estar ao lado do povo. Quando sentei praça no Exército, jurei dar minha vida pelo Brasil, assim como sei que vocês dariam a sua vida pela sua liberdade”.
Sem partido político para disputar a reeleição no ano que vem, e com dificuldades para se alojar em alguma legenda, Bolsonaro afirmou que não presta contas a partidas, e sim ao povo. “A paciência do nosso povo já se esgotou”, declarou no início do discurso.
Mais adiante, o chefe do Executivo voltou à ideia, ao dizer que “o povo acordou e, por todo o Brasil, está se manifestando pela liberdade”. “O apoio de vocês é primordial, indispensável para seguirmos adiante”, sublinhou.