Eleições 2022

Bolsonaro, Lula, Moro ou Doria: Veja quem tem a agenda mais liberal, segundo a Garde

13 jan 2022, 13:25 - atualizado em 13 jan 2022, 13:25
Eleiçoes
Eleições se tornaram o principal evento do Brasil para os mercados em 2022 (Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil)

As eleições para a presidência são apontadas como um enorme fator de ruído para os mercados em 2022, que, inclusive, já começaram a precificar os possíveis impactos do pleito.

Economistas e investidores temem possíveis guinadas populistas tanto de Jair Bolsonaro quanto de Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto. 

Pensando nisso, a gestora Garde propôs uma metodologia para mensurar a qualidade da agenda econômica não só de Lula mas também dos demais candidatos.

No levantamento, são atribuídos os principais agrupamentos de política econômica que a gestora considera relevantes para os possíveis cenários.

“Vale ressaltar que existe um alto grau de discricionariedade nas notas atribuídas, que além disso não são estáticas e deverão mudar ao longo do processo eleitoral, conforme os candidatos vão consolidando seus programas de governo”, ressalta.

Veja:

Dentre os candidatos, o atual governador de São Paulo João Doria é o que apresenta maior nota. O tucano se posiciona, com frequência, a favor das reformas e já manifestou o seu desejo de privatizar estatais, como Petrobras (PETR3;PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3).

No caso de Jair Bolsonaro, a Garde lembra que o atual mandatário tem um histórico de intervenção, “mas também consideramos que as notas apresentam um grau relativo de acurácia”.

Na visão da gestora, Sergio Moro ainda possui diversas lacunas sobre suas visões para a economia, uma vez que suas opiniões sobre o assunto ainda são escassas.

“No entanto, atribuímos as notas dando o benefício da dúvida, dada a indicação de um economista renomado como seu assessor econômico, o ex-presidente do Banco Central, Afonso Celso Pastore”, argumenta.

Na visão da Garde, a maior incerteza fica com o ex-presidente Lula, “justamente o favorito até o momento pelas pesquisas, o que por si só mantém a incerteza elevada para a formulação dos possíveis cenários para 2023”.

“As recentes declarações do entorno do petista indicam uma intenção de revisão de certas reformas aprovadas desde o governo Temer, como, por exemplo, a reforma trabalhista, o teto de gastos e a política de preços da Petrobra”, afirma.

A Garde também lembra que as declarações dos assessores econômicos petistas são acompanhadas de um disclaimer explícito de que não falam pelo candidato.

“Dessa forma, acreditamos que deveremos acompanhar nos próximos meses a consolidação do projeto do ex-presidente, em que possamos refinar as estimativas sobre um eventual governo”, completa.

Terceira via

Para a gestora, a terceira via continua com perspectivas ruins, visto que, segundo as pesquisas, nomes como João Doria e Sergio Moro têm dificuldades para crescer.

Na pesquisa Genial/Quest divulgada na última quarta-feira (12), o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro (Podemos) soma 9%, enquanto João Doria foi citado por 3% dos entrevistados.

“À luz de hoje, faltando vários meses para as eleições, a viabilidade desses candidatos (Moro e Doria) segue baixa e assim acreditamos que devam permanecer no curto-prazo”, diz.

Mesmo assim, a Garde ressalta que dada a grande rejeição tanto de Lula como de Bolsonaro, o potencial teórico de uma terceira via existe, podendo mudar as probabilidades de viabilidade eleitoral dos candidatos e impactar o mercado à frente.

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