Política

Bolsonaro: Governo não vai insistir com CPMF agora, mas Congresso debate tributo

17 set 2019, 8:08 - atualizado em 17 set 2019, 8:18
Jair Bolsonaro
Questionado em entrevista, Bolsonaro defende que o tributo não pode ser uma proposta do governo (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

O presidente Jair Bolsonaro reafirmou na segunda-feira que o governo não vai insistir em um imposto nos moldes da antiga CPMF agora, mas afirmou que tanto o povo como o Parlamento podem discutir o tema.

“Eu decidi que não se toca mais nesse assunto, até porque é um imposto contaminado”, disse Bolsonaro em entrevista ao Jornal da Record.

Questionado se CPMF “de jeito nenhum”, Bolsonaro disse que o tributo não pode ser uma proposta do governo.

“Você pode até falar da CPMF, deixar o povo discutir, deixar o Parlamento discutir, agora não pode ser uma proposta do governo, porque para você desfazer tudo que aconteceu no tocante à CPMF é quase impossível”, disse. “Nós não vamos insistir nesse imposto agora.”

Bolsonaro repetiu que a demissão de Marcos Cintra da Secretaria da Receita Federal se deveu à discussão pública sobre a CPMF, mas salientou que a exoneração foi feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

“A única interferência minha agora na Receita é que eu quero alguém da Receita para estar à frente da Receita”, disse.

Na entrevista, o presidente disse também que irá usar o discurso na Assembleia Geral da ONU na próxima semana para reforçar a soberania do Brasil, assim como o potencial que o país tem e o que representa para o mundo.

Ao ser questionado sobre recente declaração de seu filho Carlos, que disse que por vias democráticas as transformações não ocorrerão na velocidade desejada, o presidente disse que ele falou o óbvio, porque a democracia é naturalmente mais lenta.

“Uma opinião dele, ele tem razão. Se fosse em Cuba ou na Coreia do Norte já não teria aprovado tudo quanto é reforma, né, sem Parlamento? Demora porque tem a discussão, isso é natural”, disse.

“Muita gente nos pressiona como se tivesse o poder de influenciar o Parlamento brasileiro, não tenho esse poder e nem quero ter esse poder em nome da democracia”, acrescentou o presidente.