Saúde

Bolsonaro está evoluindo de forma satisfatória e não tem previsão de alta, diz boletim médico

15 jul 2021, 12:45 - atualizado em 15 jul 2021, 14:42
Jair Bolsonaro
Segundo o boletim médico “permanece o planejamento terapêutico previamente estabelecido” (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Jair Bolsonaro segue internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, e está “evoluindo de forma satisfatória clínico e laboratorialmente” sem previsão de alta, disse boletim médico divulgado pelo hospital nesta quinta-feira.

O presidente, de 66 anos, foi transferido para o hospital paulista na tarde de quarta-feira, depois de dar entrada na madrugada do mesmo dia no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, com fortes dores abdominais. Antes de sua transferência para São Paulo, Bolsonaro foi diagnosticado com um quadro de obstrução intestinal.

Segundo o boletim médico “permanece o planejamento terapêutico previamente estabelecido”. Na véspera, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) disse em nota que os médicos avaliariam a possibilidade de Bolsonaro passar por uma cirurgia e, mais tarde, em nota, o hospital disse que a equipe que acompanha o presidente optou inicialmente por um “tratamento clínico conservador”.

Mais cedo nesta quinta, em um tuíte, o filho mais velho do presidente, o senador Flavio Bolsonaro (Patriota-RJ), disse que Bolsonaro evoluiu bem e que, se continuar assim, não será necessária uma cirurgia.

“Presidente @jairbolsonaro evoluiu para melhor, acordou bem disposto e, a continuar assim, não precisará fazer cirurgia! Obrigado a todos pelas orações!”, escreveu o senador.

No início da tarde, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, disse em suas redes sociais que foi visitar o presidente esta manhã. Segundo ele, Bolsonaro está bem, mas passará por novas avaliações e exames.

Bolsonaro foi internado na madrugada de quarta-feira com fortes dores abdominais, e depois de 11 dias em que se queixou de soluços ininterruptos.

Em um vídeo enviado a seguidores no Telegram, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), outro filho do presidente, informou que uma aderência na parede do intestino impediu a passagem de alimentos e criando líquido no estômago.

A aderência é uma ocorrência comum em casos de pessoas que passaram por cirurgias no intestino.

Desde que tomou uma facada durante a campanha eleitoral para Presidência, em setembro de 2018, o presidente fez quatro cirurgias como consequência do atentado, incluindo-se aí a realizada logo após o ataque e uma emergencial uma semana depois para corrigir aderências das paredes do intestino.

Em 2019, foram mais duas. Em janeiro, para retirada da bolsa de colostomia e outra em setembro, para correção de uma hérnia na incisão da cirurgia.

Recentemente, o próprio presidente afirmou que teria que fazer mais uma, para correção de uma nova hérnia, mas não chegou a marcar uma data.

Bolsonaro passou por mais duas cirurgias sem relação com a facada. Uma delas, para retirar pedras nos rins. A outra, uma vasectomia.

Na noite de quarta-feira, o presidente divulgou uma foto em suas redes sociais em que aparece na cama do hospital das Forças Armadas, ainda em Brasília, acompanhado de um longo texto com acusações a seus críticos, lembrando a facada em 2018 e acusando partidos de esquerda pelo atentado.

Adélio Bispo, o autor da facada, foi filiado ao PSOL até 2014.

As investigações da Polícia Federal não encontraram motivação política no crime e nem qualquer indício de que Bispo tivesse se organizado com outras pessoas, mas grupos bolsonaristas e o próprio presidente alimentam ainda a teoria sem fundamento de que o ataque foi um organizado por inimigos políticos de Bolsonaro.

A Justiça decidiu que Adélio é isento de culpa por causa de sua condição mental e determinou que ele cumpra tratamento psiquiátrico em uma penitenciária.

O Ministério Público Federal (MPF) e Bolsonaro não recorreram dessa sentença, apesar de o presidente ter afirmado algumas vezes que recorreria.

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