Mercados

Bolsonaro e juros: Por que o Ibovespa derrete quase 2%?

06 set 2022, 12:09 - atualizado em 07 set 2022, 0:48
Ibovespa Mercados
Na véspera, Campos Neto disse que o BC não pensa em queda de juros neste momento, mas sim em convergir a inflação (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa derrete na sessão desta terça-feira (6) em meio às falas mais duras de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.

Por volta das 12h, o índice perdia 1,93%, a 110.032,33 pontos.

Em Wall Street:

  • S&P 500 tinha queda de 0,33%; e
  • Nasdaq caia 0,71%.

De acordo com o analista Victor Benndorf, da casa que leva o seu nome, a bolsa reverbera o tom de Campos Neto.

Na véspera, Campos Neto disse que o BC não pensa em queda de juros neste momento, mas sim em convergir a inflação, ressaltando que a situação inspira cuidados e que a batalha contra a alta de preços no país não está ganha.

Além disso, o analista afirma que a bolsa brasileira está atrasada em relação ao resto do mundo – ou seja, enquanto as bolsas globais caíram, o Ibovespa subiu.

“O globo corrigiu, o Brasil ficou. Hoje veio volatilidade”, coloca.

Benndorf cita ainda as condições ruins da China e as pesquisas eleitorais do IPEC, divulgadas ontem, que mostraram que Jair Bolsonaro caiu um ponto percentual. Lula manteve os 44% das intenções de voto da última pesquisa.

“Acho que dois fatores pesam hoje na queda do Ibovespa: uma perda de momento do Bolsonaro nas pesquisas, perdendo um pouco de votos válidos, e uma fala mais dura de Roberto Campos Neto ontem, dizendo que avalia ainda mais uma alta nos juros e não vê a taxa de juros caindo tão cedo”, diz Marcelo Oliveira, CFA e sócio-fundador da Quantzed.

Segundo a Eleven, em relatório enviado a clientes, ficam as expectativas pelas manifestações de 7 de Setembro, pois pelo menos 25 militantes e canais investigados por ações extremistas e notícias falsas estão na linha de frente da mobilização dos atos.

“Eles reúnem um total de 30 milhões de seguidores e têm um histórico de ações de violência política, como a invasão ao plenário da Câmara, em 2016, além de citações nos inquéritos dos atos antidemocráticos e das fake news, de 2020, e o da desmonetização de canais que faturavam com desinformação, do ano passado”, dizem.

Na visão de Pedro Galdi, da Mirae Asset, estamos vivendo um dia de sell-off global.

“A piora do humor veio junto com a piora de indicadores econômicos nos EUA, preocupação com China e Europa e proximidade de reuniões de bancos centrais”, afirma.

Além disso, a Petrobras (PETR3;PETR4) desaba 4% diante da queda do petróleo.

Siga o Money Times no Facebook!

Curta nossa página no Facebook e conecte-se com jornalistas e leitores do Money Times. Nosso time traz as discussões mais importantes do dia e você participa das conversas sobre as notícias e análises de tudo o que acontece no Brasil e no mundo. Siga agora a página do Money Times no Facebook!

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.