Bolsonaro diz ter exagerado ao falar que botaria cara no fogo por Ribeiro, mas defende ex-ministro
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que “exagerou” ao afirmar que acreditava no então ministro da Educação Milton Ribeiro ao ponto de colocar a cara no fogo por ele, mas reiterou sua confiança no antigo auxiliar e creditou a prisão do ex-subordinado a uma tentativa de desgastar o governo.
O presidente, que tem entre seu eleitorado mais fiel o setor evangélico, afirmou que não se pode levantar suspeitas de forma “leviana” sobre o ex-ministro, que é pastor evangélico e é investigado em caso de suspeita de corrupção envolvendo verbas da educação.
“Continuo acreditando no Milton, se aparecer alguma coisa, responda pelos seus atos”, disse o presidente na tradicional live semanal nas redes sociais.
“Eu falei lá atrás que botava a cara no fogo por ele, né. Eu exagerei, mas eu boto a mão no fogo pelo Milton, tá?”, acrescentou.
Para Bolsonaro, seu ex-ministro “nem deveria ter sido preso”. Ribeiro foi solto nesta quinta-feira por ordem do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), um dia após ser detido pela Polícia Federal.
O presidente argumentou que o tipo de corrupção a que Ribeiro é acusado não se compara a casos de governos anteriores por se tratar de suposto tráfico de influência na liberação de recursos da pasta a prefeituras por intermediação de dois pastores a quem Bolsonaro teria pedido tratamento especial.
Bolsonaro minimizou a movimentação financeira atípica identificada entre a esposa do ex-ministro e a filha de um pastor, que teria ocorrido por conta da venda de um carro, segundo o presidente.
“Cada um pode ter 50 mil na sua conta, 100 mil reais na sua conta. Se você vender um imóvel hoje, você pode ter 200 mil na sua conta, qual o problema?”, disse.
Para Bolsonaro, a prisão do aliado não tinha materialidade, “mas serviu para desgastar o governo, para fazer uma maldade com a família do Milton”, afirmou.
“E você pode ver, não foi corrupção da forma que está acostumado a ver em governos anteriores, obras superfaturadas. Nada disso. Foi de história de fazer tráfico de influência.”
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