Bolsonaro diz que tentará recuperar “probleminha” no Orçamento sem furar teto
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que tenta solucionar, sem quebrar a regra do teto de gastos, o que chamou de “probleminha” no Orçamento de 2021 sancionado na semana passada.
“Estamos com probleminha no Orçamento agora, vamos tentar recuperar alguma coisa, sem furar o teto”, disse o presidente em conversa com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.
O Orçamento pelo Congresso, de acordo com técnicos de equipe econômica, subestimou os valores de despesas obrigatórias e a sobra foi realocada para emendas parlamentares, que chegaram a 30 bilhões de reais.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendia o veto total ao Orçamento, alegando que a sanção faria com que o presidente incorresse em crime de responsabilidade.
Depois de uma longa negociação, o presidente sancionou o texto na última quinta-feira com cortes de 19,8 bilhões de reais em parte das emendas parlamentares e em parte de programas federais.
Outros 9,3 bilhões de reais foram bloqueados — ou seja, podem ser liberados no futuro se a arrecadação federal permitir.
Mais cedo, Bolsonaro já havia prometido recompor “em breve” os valores.
Bolsonaro também comentou na conversa com apoiadores sobre o agronegócio, segundo ele, motivo de orgulho.
“Aumentamos 4% a área plantada. É pouco, né. Pelo tamanho do Brasil, pelo que temos de preservado. Brigando com a questão ambiental. Pode ver qual país que mais emite CO2. Não somos nós. Agora quase metade das críticas mundiais é em cima da gente. E o que a gente fica chateado é que no Brasil pessoal não consegue enxergar isso daí. Se bem que tem um mídia que desinforma”, argumentou.
Em cúpula ambiental organizada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Bolsonaro prometeu dobrar o Orçamento para fiscalização ambiental e acabar com o desmatamento ilegal até 2030.
Mas, menos de 24 horas depois, o presidente sancionou o Orçamento de 2021 com 2 bilhões de reais para o Ministério do Meio Ambiente e agências que supervisiona.
O valor está abaixo dos 2,6 bilhões inicialmente aprovados no Orçamento do ano passado, de acordo com o Diário Oficial da União. Os níveis de gastos podem ser ajustados ao longo do ano.