Bolsonaro diz que retorna com “a sensação de missão cumprida”
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que sai dos Estados Unidos com “a sensação de missão cumprida”. Pelo Twitter, ele disse que sua viagem produziu avanços em várias áreas, especialmente nas áreas econômica, de segurança e política externa. Bolsonaro passou pouco mais de dois dias em Washington, se encontrou com empresários, líderes religiosos e com o presidente daquele país, Donald Trump.
“Deixamos a América com a sensação de missão cumprida. Avanços importantes alcançados na área econômica, de segurança e política externa, bem como a consolidação do novo caminho de forte amizade entre Brasil e Estados Unidos. Vamos cooperar para o bem de nossos povos!”, disse o presidente brasileiro na rede social, postando também uma foto dele e de Trump no salão oval da Casa Branca. Bolsonaro e sua comitiva deixam Washington, nesta noite, rumo a Brasília.
Após o encontro com Trump, em frente a Blair House, onde ficou hospedado, Bolsonaro afirmou que alguém precisava tomar a iniciativa e “estender a mão”, referindo-se à decisão unilateral do Brasil de dispensar visto de entrada no país para os norte-americanos. “Alguém tinha que estender a mão, e fomos nós. Creio que possamos ganhar muito na questão do turismo”, disse . Segundo Bolsonaro, nenhum norte-americano vem ao Brasil atrás de emprego, embora “o contrário exista”.
O presidente disse que “o Brasil selou grandes coisas” na viagem e afirmou que houve “aceno positivo” a respeito da aproximação do Brasil com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O presidente acredita que, com essa aproximação, o Brasil pode ganhar em parcerias nas áreas de defesa e energia, dentre outros. Segundo ele, essas conversas serão aprofundadas nas próximas semanas.
China
Apesar dos elogios frequentes aos Estados Unidos e o manifesto desejo de estreitar as relações entre esse país e o Brasil, Bolsonaro afirmou que a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Ele acrescentou que vai se preparar muito para a visita que fará ao país asiático no segundo semestre. “A China é nosso principal parceiro. Todos sabem que no segundo semestre vou fazer uma visita à china. Vou me preparar muito para isso. A China é importante para nós”.
Bolsonaro afirmou também que o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), assinado por Brasil e Estados Unidos ontem (18), é vantajoso para o Brasil. Segundo ele, a base de Alcântara está “deficitária”.
“A Base de Alcântara, para nós, está sendo ociosa, ou pior, deficitária. A entrada deles ajuda que possamos catapultar a indústria de lançamento de Alcântara. É vantajoso para nós. Há quanto tempo estamos parados lá?”, disse. Ele acrescentou que o acordo também será bom para a comunidade quilombola que mora na região. “Nós queremos oferecer mercado de trabalho aos quilombolas. Todo mundo tem a lucrar nessa questão”.
Com o acordo, os Estados Unidos poderão lançar seus foguetes no Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão. Durante a declaração à imprensa, Trump lembrou que o local, por ser perto da linha do Equador, é “ideal”, uma vez que torna os voos mais curtos e, consequentemente, mais baratos. O acordo ainda precisa ser ratificado pelo Congresso do Brasil.
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Venezuela
Trump disse na tarde de hoje que “todas as opções na mesa” quando o assunto é o país vizinho. Isso incluiria uma intervenção militar no país. Enquanto Trump sustenta a possibilidade, Bolsonaro evitou afirmar qualquer coisa. Disse que muito do que foi conversado sobre o assunto é sigiloso mas falou em uma saída diplomática. “Diplomacia em primeiro lugar, até as últimas consequências”.
Por diversas vezes o governo brasileiro afastou a possibilidade de entrar com suas Forças Armadas em território venezuelano para forçar a saída de Nicolás Maduro da presidência. Ontem (18), após evento na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, reiterou que uma intervenção no país vizinho iria contra a Constituição. O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, também se manifestou de maneira semelhante, defendendo uma solução diplomática para a crise.