Política

Bolsonaro diz que pode depor presencialmente à Polícia Federal

03 jun 2020, 15:24 - atualizado em 03 jun 2020, 15:24
Jair Bolsonaro
Na semana passada, a PF informou ao STF que considera necessário que o presidente seja ouvido, de preferência presencialmente (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que poderá depor presencialmente, se necessário, no inquérito que apura uma suposta tentativa de intervenção na Polícia Federal, mas disse acreditar que a investigação será arquivada.

“Eu acho que esse inquérito que está na mão do senhor Celso de Mello (ministro do Supremo Tribunal Federal) vai ser arquivado. A PF vai me ouvir, estão decidindo se vai ser presencial ou por escrito, para mim tanto faz”, disse.

“O cara, por escrito, eu sei que ele tem segurança enorme na resposta porque não vai titubear. Ao vivo pode titubear, mas eu não estou preocupado com isso. Posso conversar presencialmente com a Polícia Federal, sem problema nenhum.”

Na semana passada, a PF informou ao STF que considera necessário que o presidente seja ouvido, de preferência presencialmente.

A Procuradoria-Geral da República concordou com o pedido, mas o depoimento não foi ainda marcado nem o formato, definido.

Segurança pública

Ao conversar com jornalistas na entrada do Palácio da Alvorada, na noite de terça-feira, Bolsonaro disse ainda que poderá recriar o Ministério da Segurança Pública, existente no governo de Michel Temer e desfeito em seu governo.

“Existe a possibilidade. A tal da bancada de segurança tem essa intenção. Talvez eu converse com o Capitão Augusto (deputado) essa semana. Se a gente decidir voltar, eu vou dar o nome do ministro antes de começar a tramitar o projeto para a gente evitar especulações. Tem que ser alguém que entenda o assunto, realmente, para ser ministro da Segurança Pública”, disse.

Essa possibilidade foi aventada durante o mandato de Sergio Moro no ministério, mas o ex-juiz resistia à ideia. Com sua saída, voltou a ser discutida, mas a mudança precisa ser feita por projeto de lei.

Questionado se o ex-deputado Alberto Fraga, seu amigo, poderia ser o nome para o ministério, Bolsonaro admitiu que sim, mas que não há definição. O nome já foi cogitado outras vezes.

“Olha, eu sou amigo do Fraga desde 1982. Tenho que conversar com ele, porque vai estar abaixo dele a PRF, a PF. Não vou dizer que seja ele nem que não seja. Ele está livre de todos os problemas que teve. É um grande articulador. Ele é cotado, mas nada de bater o martelo”, afirmou.

Fraga era acusado de ter recebido propinas quando foi secretário de Transportes no Distrito Federal. Em março deste ano, foi absolvido em segunda instância pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal.