Política

Bolsonaro diz que eleições serão limpas, mas levanta suspeita de “fragilidades” em urnas

05 jan 2022, 12:30 - atualizado em 05 jan 2022, 12:30
Jair Bolsonaro
“As Forças Armadas foram convidadas e vamos participar de todo o processo eleitoral” disse o presidente, ao deixar o hospital (Imagem: Flickr/Alan Santos/PR)

Ao sair do hospital nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as eleições de 2022 serão “limpas” porque as Forças Armadas irão participar de “todo o processo eleitoral”, mas indicou que existiriam supostas “fragilidades” no sistema.

“Tenho certeza que vamos ter eleições limpas”, disse, ao deixar o hospital. “As Forças Armadas foram convidadas e vamos participar de todo o processo eleitoral.”

Durante vários meses no ano passado, até os atos de 7 de setembro, Bolsonaro fomentou dúvidas sobre as urnas eletrônicas, pediu a aprovação do voto impresso e chegou a insinuar que não haveria eleições este ano se o voto impresso não fosse aprovado.

Pressionado pelos partidos do centrão, que passaram a compor sua base, o presidente amainou o tom e passou a dizer que as eleições seriam seguras depois que as Forças Armadas foram convidadas a participar do grupo formado pelo Tribunal Superior Eleitoral que acompanha o pleito.

Recentemente, no entanto, Bolsonaro voltou a fazer questionamentos. Ao sair do hospital, disse que o Ministério da Defesa levantou pontos sobre a “fragilidade das urnas eletrônicas” que precisarão ser respondidos.

“Não vai ser com bravata que vamos aceitar o que querem nos impor. Teremos eleições limpas e transparentes”, disse.

Bolsonaro aproveitou ainda a presença de jornalistas para voltar a falar da investigação sobre a facada que levou em 2018, durante a campanha.

Apesar de duas investigações da Polícia Federal terem concluído que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho, Bolsonaro insistiu em novas investigações. Recentemente, a Justiça autorizou uma nova investigação e um novo delegado foi indicado.

Bolsonaro comparou o caso com o do prefeito petista de Santo André Celso Daniel, assassinado em 2002, e disse que a investigação “chegaria em gente importante”, mesmo sem existir até agora qualquer indício sobre isso.

Ao ser questionado sobre sua saúde ao longo da campanha eleitoral, e novos riscos de obstrução intestinal como a que teve agora, voltou a insinuar o envolvimento de rivais em supostos ataques contra ele.

“Minha preocupação não é com as minhas viagens, mas sim com segurança. Sabemos até onde o outro lado pode chegar. A política brasileira, depois que a esquerda se fez mais presente… Como eles são agressivos, como eles têm tentado eliminar seus adversários não interessa como”, acusou.

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