Política

Bolsonaro deve depor pessoalmente em inquérito da PF, por ser o investigado, determina Celso de Mello

11 set 2020, 11:28 - atualizado em 11 set 2020, 11:28
Bolsonaro e Moro
Tiroteio: Bolsonaro é acusado por Moro de interferir na Polícia Federal (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para que o presidente Jair Bolsonaro possa depor por escrito no âmbito do inquérito que aponta suposta interferência dele na Polícia Federal, informou o STF nesta sexta-feira.

Em sua decisão, o ministro que está há mais tempo na corte e que se aposentará em novembro, argumentou que a prerrogativa de um chefe de Poder prestar depoimento por escrito só existe quando ele é testemunha ou vítima, não quando é réu ou investigado, como é o caso de Bolsonaro neste inquérito.

Em seu despacho, Celso de Mello também esclareceu que a decisão de negar a possibilidade de Bolsonaro depor por escrito estava pronta antes de ele sofrer uma intervenção hospitalar, o que fez com que entrasse em licença médica. A internação impediu o ministro, de acordo com o documento, de assinar a decisão tornada pública agora.

Ao pedir demissão do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública em abril, o ex-juiz federal Sérgio Moro justificou a saída do comando da pasta apontando que Bolsonaro havia buscado interferir na Polícia Federal através da troca do diretor-geral da corporação e de comandos de superintendências regionais do órgão.

O presidente nega as acusações, que levaram Aras a pedir a instauração de inquérito contra Bolsonaro, por causa da suposta interferência, e contra Moro, para apurar se houve denunciação caluniosa ou crime contra a honra cometido pelo ex-ministro.

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