Bolsonaro deve agir rápido ou dólar volta a R$ 3,90, diz Société Générale
Apesar das incertezas em relação ao governo de Jair Bolsonaro, eleito ontem (28) por 55% a 45%, certas medidas já estão previstas para acontecer. A abertura do processo de independência do Banco Central, por exemplo, coordenado por Onyx Lorenzoni, pode para acontecer ainda neste ano. A agilidade e rapidez com que Bolsonaro terá de trabalhar é algo defendido por Bertrand Delgado, economista do time de Mercados Emergentes do Société Générale, que vê a volta do dólar para R$ 3,90 caso o novo governo não apresente resultados no curto prazo.
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Bolsonaro terá um grande desafio pela frente. Contando com um Legislativo fragmentado, serão muitas as negociações a serem feitas para que suas reformas sejam aprovadas. “Qualquer nova proposta de reforma, também diluída, pode não ser bem aceita devido aos desequilíbrios das dívidas e do recorrente déficit fiscal”, afirma Delgado.
Vendo que o cenário externo provavelmente irá se manter desafiador, o banco francês espera que os mercados pressionem Bolsonaro quanto à revisão estrutural no Brasil dentro de um período relativamente curto de tempo. Também se espera que o Banco Central permaneça estável – com o juro em 6,5% ao ano – pelo restante de 2018, dado o aumento da confiança local e do recente reajuste de fortalecimento do real. Ainda assim, o Société Générale prevê três aumentos no primeiro semestre de 2019.