Política

Bolsonaro deu data para voltar ao Brasil e liderar oposição a Lula; confira

15 fev 2023, 16:28 - atualizado em 15 fev 2023, 16:28
Bolsonaro
Bolsonaro deu entrevista ao The Wall Street Journal (Imagem: REUTERS/Marco Bello)

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse que voltará ao Brasil em março para liderar a oposição contra o governo Lula. A declaração foi concedida em uma entrevista feita ao The Wall Street Journal (WSJ), um dos principais jornais americanos.

O ex-presidente, no entanto, disse não ter certeza se voltará a concorrer à Presidência da República, focando mais em papel de liderança entre os conservadores no Brasil, uma vez que o “movimento de direita não está morto”.

O único motivo de titubeio, disse Bolsonaro, quanto à data do retorno se deve a possibilidade de prisão. “Uma ordem de prisão poderia vir do nada”, falou o ex-chefe do Executivo ao mencionar o episódio da prisão de Michel Temer, em 2019.

O ex-presidente está na Flórida desde o dia 30 de dezembro, quando saiu do Brasil antes do término do seu mandato. O visto de turista obtido por Bolsonaro no início de fevereiro lhe permite permanecer nos EUA por 90 dias, quando então uma renovação seria requerida.

Bolsonaro virou alvo de pedidos de investigação

O ex-presidente se tornou um alvo frequente de pedidos de investigação, na esteira dos protestos do dia 8 de janeiro em Brasília. Perguntado sobre o incidente, Bolsonaro nega ter tido qualquer participação direta ou indireta na sucessão de eventos que levaram à invasão dos Três Poderes.

Segundo ele, sua volta seria justificada também pela necessidade de se defender das acusações que lhe são feitas. “Eu nem estava lá e eles querem me culpar”, declarou ao WSJ.

Após os episódios do dia 8 de janeiro, o ministro do STF Alexandre de Moraes fez a inclusão do nome de Bolsonaro no inquérito que apura o papel de lideranças políticas e empresariais nos atos antidemocráticos que ocorrem no Brasil desde 2019.

Em outra frente de acusações, o ex-presidente se tornou alvo dos partidos de situação do governo, sendo apontado como responsável pela crise humanitária yanomami, em Roraima.

O evento – e as investigações que dele se desenvolvem – tem sido vistos com preocupação por aliados do Bolsonaro, que temem a vinculação de sua imagem à crise.

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