Bolsonaro descarta fechar aeroportos, apesar de alta da Covid na Europa e nova variante
Apesar da nova onda de Covid-19 registrada na Europa e do surgimento de uma nova variante do coronavírus na África do Sul, o presidente Jair Bolsonaro descartou nesta sexta-feira fechar os aeroportos no país.
Em conversa com apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro comentou que era “lamentável” o surgimento de mais uma onda da pandemia na Europa e foi questionado sobre por que não fechava os aeroportos do país.
“Não vai vedar, rapaz, que loucura é essa? Fechou aeroporto o vírus não vai entrar? Já está aqui dentro, não existe isso. Tem que aprender a conviver com o vírus”, respondeu, irritado.
O governo brasileiro mantém fechadas as fronteiras terrestres, mas com uma série de exceções. Já as fronteiras aéreas estão abertas a todos os países, com exigência de teste PCR negativo na chegada.
Nesta sexta, com as informações do surgimento de uma nova variante do coronavírus na África do Sul, com mutações na proteína principal do vírus, o que pode levar a um enfraquecimento da efetividade das vacinas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a suspensão de voos vindos de países do sul do continente africano.
No início deste mês, a Anvisa já havia enviado recomendações à Casa Civil do governo federal para reabrir as fronteiras terrestres, mas com a exigência da apresentação da comprovação da vacinação completa dos visitantes. Já nos aeroportos, a agência recomendou que se exigisse a apresentação da comprovação da vacinação e teste negativo ou, para quem não tiver a vacina completa, teste e quarentena.
No entanto, a Casa Civil ainda não respondeu às recomendações e nada foi alterado. A exigência da comprovação de vacinação para os viajantes que entram no Brasil enfrenta resistências no governo, especialmente de Bolsonaro.
Na quinta-feira, o ministro da Justiça, Anderson Torres, indicou que o governo não tem intenção de pedir comprovação de vacinação para entrada no país. Em entrevista na saída de um evento, Torres afirmou que as vacinas “não impedem a transmissão”.