Bolsonaro afirma que Michelle não irá se candidatar, enquanto ex-primeira-dama tem outros planos; entenda
Jair Bolsonaro retornou ao Brasil, após três meses nos Estado Unidos, na manhã de quinta-feira (30), e descartou a ideia de que sua esposa, Michelle Bolsonaro, disputaria eleições, apontando que a ex-primeira-dama não tem vivência política.
Em entrevista à Jovem Pan na manhã em que chegou em Brasília, o ex-presidente afirmou que Michelle “não quer saber de cargo político”, mas que deseja colaborar na política.
“Ela [Michelle Bolsonaro] é uma pessoa que não tem essa vivência política. Todo mundo pode disputar um cargo eletivo desde que tenha idade, etc., mas tem que ter algo a mais. Eu tive dificuldade para ser presidente mesmo com 28 anos de deputado federal, tem coisa que só descobri quando cheguei lá. É uma dedicação 24h por dia a semana toda. Então a Michelle está fora disso, ela não deseja”, disse à Jovem Pan.
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Entretanto, segundo o jornal O Globo, no mesmo dia, em discurso no Partido Liberal (PL) Mulher, Michelle apontou que há poucas mulheres em cargos de decisão, mas que isso vai mudar.
Ainda, a ex-primeira-dama, enfatizou que as mulheres entram no meio político por uma causa e citou as bandeiras que defende: Deus, pátria e família. No PL Mulher, Michelle Bolsonaro foi colocada como “a voz da mulher na política”.
“O PL Mulher foi criado para dar ao público feminino uma voz verdadeiramente ativa na política. Michelle Bolsonaro vai representar as patriotas, desenvolvendo e criando ações na inclusão e igualdade de todas”, diz o partido.
Retorno de Bolsonaro: o que esperar?
O retorno do capitão reformado era aguardado por apoiadores e, principalmente, membros da classe política que o enxergam como o líder presumido da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre os fatores que contribuem para que Bolsonaro encabece a oposição ao governo está o saldo da eleição passada. Embora tenha perdido o pleito presidencial, ele obteve mais de 58,2 milhões de votos (49,1%).
Além disso, seu partido conquistou a maior bancada da Câmara dos Deputados e a segunda maior do Senado Federal, com 99 deputados e 12 senadores, respectivamente.
Isso não significa, no entanto, que o ex-presidente terá uma vida fácil no Brasil, visto que pesam contra ele inúmeros inquéritos em diferentes instâncias da Justiça, como uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode torná-lo inelegível por abuso de poder.
Jair Bolsonaro assumirá a cadeira de honra do Partido Liberal (PL), com um salário mensal de R$ 41,6 mil. Na avaliação do presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, a volta do capitão reformado é fundamental para impulsionar o partido, sobretudo nas eleições municipais em 2024.
“Bolsonaro será o presidente de honra do PL. Ele vai liderar a oposição e rodar o Brasil pregando os valores liberais do partido e ajudando a estruturar e fazer o PL crescer”, disse.
“Um dos primeiros desafios será ajudar o Partido Liberal sair dos pouco mais de 300 prefeitos para mais de mil prefeitos eleitos em 2024. Acreditamos que o presidente Bolsonaro está firmemente motivado para esse desafio”, destacou.
* Com Zeca Ferreira