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Bolsonaro acusa institutos de interferirem na democracia e espera que não dobrem aposta no 2º turno

05 out 2022, 11:33 - atualizado em 05 out 2022, 12:39
Jair Bolsonaro
Para Bolsonaro, os números dos institutos quase decidiram a eleição presidencial no primeiro turno, o que, para ele, “seria um desastre” para o Brasil (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, acusou nesta quarta-feira os institutos de pesquisa de interferirem na democracia e, em tom de ameaça, pediu para que as empresas responsáveis pelos levantamentos não dobrem as apostas no segundo turno.

“Nós lamentamos esses institutos que estão trabalhando para quem os contrata e não é para fazer uma pesquisa séria, a intenção é interferir na democracia, falam tanto de atos antidemocráticos, isso é um ato antidemocrático”, disse.

“Eu espero que os institutos de pesquisas não dobrem as apostas por ocasião do segundo turno”, alertou ele, em entrevista no Palácio da Alvorada ao lado do ministro da Justiça, Anderson Torres.

Na noite desta quarta começa a divulgação das primeiras pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto no segundo turno com o Ipec.

Na véspera, Torres anunciou em uma rede social ter determinado à Polícia Federal que abra um inquérito para apurar se houve crime na atuação dos institutos. Sondagens divulgadas no dia anterior ao primeiro turno apontaram uma distância de até 14 pontos percentuais entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro nos chamados votos válidos, inclusive com possibilidade de vitória do petista em primeiro turno.

O resultado do primeiro turno, entretanto, apontou uma vantagem de Lula sobre Bolsonaro de 5,23 pontos percentuais, ou 6,2 milhões de votos em números absolutos.

Para Bolsonaro, os números dos institutos quase decidiram a eleição presidencial no primeiro turno, o que, para ele, “seria um desastre” para o Brasil.

Na entrevista, o ministro da Justiça negou que o inquérito da PF seja uma intimidação e afirmou que é preciso verificar se houve crime. Ele afirmou que não tem “fake news” maior do que a divulgação desse tipo de levantamento na véspera da eleição. Destacou que o inquérito é muito sério e a realidade vai vir à tona.

“Nada melhor que um inquérito policial na Polícia Federal para poder esclarecer tudo isso aí, até para esclarecer para a população brasileira que possa exercer seu direito para que pesquisas não fiquem direcionando muitas vezes questões de voto útil”, disse.

“Nada melhor do que o inquérito policial para esclarecer se realmente existe ou não algum crime, algum conluio, algumas empresas associadas”, reforçou ele, ao afirmar que não há um instituto específico que será alvo e que tudo será investigado após ter havido “números muito discrepantes” com a realidade.

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Outras frentes

Os advogados da campanha de Bolsonaro entraram na terça-feira à noite no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Ministério Público Eleitoral com pedido de investigações sobre as divergências nas pesquisas de primeiro turno e cobraram providências para que esse tipo de divergência dos levantamentos não venham a ocorrer no segundo turno.

“Não se está, desde logo, a afirmar que estejam (alguns) institutos de pesquisa agindo de má-fé”, dizem os pedidos.

“Ainda não há elementos probatórios para dar vida à suspeita, mas se isso for verdadeiro, o que investigações como a ora requisitada podem confirmar (ou não!), providências devem ser adotadas, no âmbito das atribuições institucionais dos órgãos de controle legitimados”, destacaram.

Além dessas iniciativas, aliados de Bolsonaro também discutem a eventual apresentação de um pedido de uma CPI no Congresso para investigar os institutos e há parlamentares se articulando para a aprovação de leis que punem os erros dos institutos.

(Atualizada às 12:37)

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