Bolsonaro 2026: Ex-presidente quer voltar ao Planalto, sinaliza em conferência nos EUA
O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado (4) sentir que sua missão como mandatário do Brasil “ainda não acabou”, no que poderia ser visto como uma intenção de concorrer novamente ao Planalto em 2026.
Bolsonaro discursou na conferência conservadora do CPAC em Oxon Hill, Maryland, um dos eventos mais importantes da direita dos EUA ligada a Donald Trump, ídolo do brasileiro. Um encontro entre o ex-presidente e Trump era esperado para este sábado.
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“Agradeço a Deus pela minha segunda vida e também a Ele pela missão de ser presidente da República por um mandato. Mas eu sinto, lá no fundo, que essa missão ainda não acabou”, disse Bolsonaro, sem detalhar se planeja se candidatar novamente.
O ex-presidente brasileiro, que voou para a Flórida 48 horas antes de deixar o cargo em dezembro, não mencionou quando planeja voltar ao Brasil, apesar dos pedidos do seu partido, o PL, para que ele se restabeleça no país para liderar a oposição.
No Brasil, no entanto, Bolsonaro enfrenta questões legais. Ele está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal em inquérito que apura os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro e em ao menos mais quatro inquéritos. Há também ações contra o ex-presidente analisadas na Justiça Eleitoral que pedem que ele fique inelegível.
Neste sábado, integrantes do governo Lula prometeram levar adiante mais uma investigação contra Bolsonaro, desta vez para apurar os trâmites envolvendo joias sauditas que teriam sido presenteadas ao então casal presidencial brasileiro, mas trazidas ao país sem ser declaradas oficialmente. Bolsonaro negou ter cometido ilegalidades no caso.
Navios do Irã
Repetindo muitas de suas frases de efeito e novamente questionando a eleição que perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, Bolsonaro foi aplaudido ao mencionar suas posições pró-armas, antivacinas e antiaborto.
O líder da ultradireita brasileira disse à platéia que ainda não entendia como o resultado das urnas não havia refletido o apoio que ele pensava ter nas ruas.
Durante sua presidência e na campanha eleitoral, o ex-presidente divulgou reiteradamente falsas alegações de que o sistema de votação eletrônica era propenso a fraudes, estimulando um movimento violento de negacionistas do resultado das eleições.
O ex-presidente brasileiro elogiou Trump e se gabou de ser “o último presidente do mundo a reconhecer” a vitória eleitoral de Joe Biden contra o republicano em 2020.
Bolsonaro acrescentou que, se ainda fosse presidente, o Brasil não teria permitido que navios de guerra iranianos atracassem no Rio de Janeiro. O governo de Lula aprovou no mês passado a atracação das embarcações no país, apesar da pressão dos EUA para impedi-los.