Bancos

Bolsas na Europa vão continuar a superar EUA, diz Morgan Stanley

16 jan 2023, 13:56 - atualizado em 16 jan 2023, 13:57
Bolsas na Europa
O índice Stoxx Europe 600 subiu quase 30% em dólar desde o final de setembro, superando um aumento de 12% no S&P 500 (Imagem: REUTERS/Andrea Comas)

O desempenho superior das ações europeias em relação às americanas ainda tem fôlego em meio ao otimismo com a reabertura da China e uma perspectiva de ganhos melhores, de acordo com estrategistas do Morgan Stanley.

Graham Secker, o principal estrategista de renda variável do banco na Europa, disse que preços mais baixos do gás natural e dados econômicos resistente também contribuem para o rali que começou há três meses. Isso permitiu que o MSCI Europe superasse sua média móvel de 100 semanas em relação ao indicador para EUA pela primeira vez desde a crise financeira global.

“Daqui em diante, a política monetária será mais rígida, a política fiscal será mais moderada e as ações de valor não ficarão mais para trás em relação às de crescimento”, escreveu Secker em nota. “Esse cenário deve ser mais favorável para o mercado de ações europeu do que na última década.”

O índice Stoxx Europe 600 subiu quase 30% em dólar desde o final de setembro, superando um aumento de 12% no S&P 500.

Mesmo assim, os múltiplos ainda estão mais baratos do que nos EUA e abaixo de sua média de longo prazo. Os estrategistas do Citigroup e do Goldman também estão otimistas em relação às ações europeias.

Mas nem todos são da mesma opinião. Estrategistas do JPMorgan, liderados por Mislav Matejka, disseram esperar que o rali diminua ao longo do primeiro trimestre em meio a bancos centrais hawkish, inflação volátil e lucros mais fracos. Sebastian Raedler do Bank of America, alertou na sexta-feira que as ações não refletem totalmente a perspectiva de crescimento econômico mais fraco.

Secker, do Morgan Stanley, reconheceu que dados econômicos piores do que o esperado, uma alta nos preços do gás ou um impacto maior nos lucros europeus devido a um euro mais forte poderiam desencadear alguma realização de lucros nas ações.

Por enquanto, porém, ele disse que o posicionamento leve do investidor, um retorno mais alto do que nos EUA pela primeira vez em mais de 30 anos e uma divergência maior do que o normal nas tendências setoriais tornam a Europa mais atraente.