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Ibovespa retoma os 92 mil pontos; melhora na cena externa

14 maio 2019, 18:33 - atualizado em 14 maio 2019, 18:36
O índice Bovespa subiu 0,40% a 92.092 pontos, enquanto o dólar futuro caiu 0,51% frente ao real

Por TradersClub 

A bolsa subiu após três quedas seguidas e retomou os 92 mil pontos, na esteira da melhora do apetite por risco no exterior, que tende a seguir ditando o ritmo do mercado brasileiro.

As  negociações comerciais entre Estados Unidos e China apresentaram um tom mais construtivo após declarações do presidente americano Donald Trump prevendo que as discussões devem ter um bom desfecho entre três a quatro semanas.

O alívio externo deu fôlego aos ativos brasileiros, dividindo holofotes com possíveis desdobramentos mais concretos sobre a delação de um dos sócios da Gol envolvendo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o avanço de investigações sobre as movimentações financeiras de Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro.

Ao fim do dia, o índice Bovespa subiu 0,40% a 92.092 pontos, enquanto o dólar futuro caiu 0,51% frente ao real, interrompendo três elevações consecutivas que levaram o câmbio ao patamar dos R$4, terminando hoje cotado a R$3,983.

A mensagem do BC foi de manutenção da política monetária vigente, porém ressaltando que o colegiado prevê desaceleração da economia para os próximos meses (Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Já os juros futuros recuaram em bloco, em sintonia ao alívio na aversão ao risco que empurrou o dólar para baixo, com o mercado digerindo a ata da última reunião de política monetária do Banco Central – quando o chamado Copom optou por deixar a taxa Selic em 6,50% ao ano.

O contrato para janeiro de 2020 caiu 1,5 ponto-base para 6,395%. A mensagem do BC foi de manutenção da política monetária vigente, porém ressaltando que o colegiado prevê desaceleração da economia para os próximos meses. A lentidão na atividade, coincidindo com o relacionamento turbulento entre o governo e o Legislativo em meio à tramitação da reforma da Previdência, começa a refletir nos prognósticos para o PIB.

Depois de várias instituições financeiras, o governo deve cortar a projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano, abaixo dos 2,2% atuais. Nas palavras de um operador de uma corretora em São Paulo, o mercado estava se fazendo de cego e surdo frente aos indicadores, mas agora acionou o sinal de alerta, enquanto nutre esperanças pela aprovação da reforma até o fim do ano.

O setor de serviços caiu 0,6% no primeiro trimestre após dois trimestres seguidos de alta, ajudando a pressionar ações de empresas ligadas ao consumo interno na bolsa, segundo traders.

O mercado teme que um retrocesso do diálogo entre Washington e Pequim poderia piorar as perspectivas para o crescimento global (Imagem: Pixabay)

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Os índices Dow Jones e S&P500 avançaram 0,82% e 0,80%, respectivamente, se recuperando após amargarem o pior tombo desde janeiro. O mercado teme que um retrocesso do diálogo entre Washington e Pequim poderia piorar as perspectivas para o crescimento global.

Daí a hipóteses de que alguma coisa irá sair das conversas entre americanos e chineses, pois interessaria a todos um acordo em vez de acirramento da guerra tarifárias. Fica a expectativa de que novos argumentos em prol disso poderão surgir de indicadores da China de produção industrial e vendas no varejo que serão conhecidos ainda na noite desta terça-feira.

Na sequência, a agenda de quarta-feira, a mais carregada da semana, traz prévia dos PIBs da Zona do Euro e da Alemanha no primeiro trimestre, assim como dados de vendas no varejo e produção industrial nos EUA, ambos referentes a abril. Por aqui, o destaque fica para a etapa final da temporada de resultados corporativos, com números de Embraer, Kroton e Ultrapar.

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