Bolsa: O fator “medo” e o índice de volatilidade das ações
Dentre as amplas alternativas e cenários por meio dos quais é possível realizar investimentos, está o mercado de capitais (compra de ações).
Muitos investidores, todavia, têm um demasiado receio em conhecer as possibilidades que a bolsa de valores e seu respectivo mercado propiciam, em razão do medo que a renda variável gera em alguns aplicadores.
No que tange especificamente às ações, é prudente ter consciência que os papéis são impactados de forma constante por eventos diversos, tanto no mercado interno como no externo, o que resulta em oscilações.
Não à toa, para fornecer uma visão geral sobre esses momentos, a Bolsa de Valores de Chicago desenvolveu um índice que faz a medição da volatilidade dos papéis que, por sua vez, representa o medo do mercado: trata-se do VIX Index.
O VIX é um índice que tem por referência o Standard & Poor’s (500), que engloba as companhias mais relevantes dos Estados Unidos.
Ele é calculado de forma automática pela Bolsa de Valores de Chicago, tendo como base o desempenho das empresas que figuram no S&P 500 durante 30 dias consecutivos, e sua análise envolve métricas de taxas de variação, tempo e compra e venda de ações.
A análise e interpretação do índice é bastante direta, uma vez que tem como alicerce metodológico percentuais ou pontos que podem variar de 0 a 100.
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A confiabilidade para o investidor se dá à medida que o indicador se aproxima de zero, isto é, quanto mais próximo estiver do ponto de partida mais otimista estará o investidor.
Em contrapartida, se o processo inverso ocorrer, ou seja, se a variação for muito próxima do extremo (100), ele estará mais pessimista.
Dentre os procedimentos disponíveis para interpretação também estão as faixas de VIX, as quais possibilitam que os aplicadores se localizem. Enquanto o VIX Index estiver sinalizado na faixa 0 a 15 significa que existe alta confiança do investidor.
De 15 a 25 já paira no ar uma preocupação, sendo que nesta faixa o medo é moderado. Por fim, acima de 25, o medo está instalado e o investidor entende que há forte tendência de perdas nas operações.
É preciso, porém, tomar um certo cuidado com a interpretação deste indicador. O VIX acima de 25 pode até trazer a “percepção de aumento do risco”, mas jamais deve ser visto como o momento de não se expor.
Pelo contrário, um nível elevado de “mau humor” de mercado não representa necessariamente um risco maior para os investidores, mas sim um maior “medo” do mercado, o que geralmente ocorre em períodos de crises e incertezas.
E nestes momentos podem surgir oportunidades para adquirir ações baratas, uma vez que o mercado não quer. Aqui cabe a máxima de Benjamin Graham: “Compre quando todos têm medo”.
A experiência da Bolsa de Chicago com o S&P 500 pode e deve servir de referência para o Brasil, que ainda não possui um modelo que sirva de estrutura para a avaliação do medo, como o VIX.
Apesar disso, o mercado brasileiro demanda das mesmas necessidades operacionais e, portanto, realiza suas operações tendo por base o índice americano, em razão da potência e da influência daquele mercado nos investimentos mundiais.