Mercados

Ibovespa: 3 motivos que podem levar índices a ‘rebote’ de curto prazo

07 abr 2025, 12:16 - atualizado em 07 abr 2025, 13:02
Mercado bolsa ibovespa queda ações volatilidade
Pelo terceiro dia consecutivo, as atenções — e a aversão ao risco — ficam concentradas no exterior (istock.com/primeimages)

O Ibovespa, junto com as bolsas globais, volta a cair com força em meio ao ‘day off”, ou queda profunda’, provocado pelo tarifaço de Donald Trump que ameaça jogar o mundo em uma recessão.

Desde quarta, quando o presidente anunciou suas tarifas, as bolsas americanas já perderam trilhões de dólares em valor de mercado. A Nasdaq perdeu 13%, S&P 11% e Dow Jones 10%.

Aqui no Brasil, o Ibovespa caiu 4%, enquanto o dólar superou a casa dos R$ 5,80.

O que é preciso para o mercado se acalmar?

Dan Kawa, da gestora de fortunas We Capital, explica que alguns indicadores técnicos de curto-prazo até indicam que poderemos ter algum “rebote” de curto-prazo, mas algum “evento” (ou novidade) terá que ocorrer para frear este movimento negativo.

“Quando movimentos desta magnitude e velocidade acontecem, sempre eleva-se o risco de algum acidente financeiro pelo caminho, com alguma instituição apresentando problemas maiores e podendo gerar contágio ao resto do mercado e à economia global. Assim, será importante entender o que será feito (ou não) para frear essa deterioração de mercado”, diz.

Ele recorda que o governo dos EUA tem circulado a informação de que mais de 50 países já procuraram os EUA em busca de acordos comerciais, em uma tentativa de acalmar os investidores.

Nesta manhã, circulou no mercado a informação de que o governo americano poderia suspender as tarifas por 90 dias, o que fez as bolsas saltarem mais de 4%. Porém, a Casa Branca afirmou que a notícia trata-se de uma ‘fake news. Resultado: os mercados voltaram para sua trajetória de queda.

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“Começa a haver pressão de apoiadores de Trump por um “congelamento” das tarifas por 90 dias em busca de acordos. Bill Ackman é o exemplo mais vocal disso, mas os bastidores do governo devem estar intensos. Isso poderia ajudar em uma estabilização (ou “rebote”) de curto-prazo”.

Por fim, Kawa diz que esses eventos costumam acabar quando:

  1. o mercado encontra um novo equilíbrio de preços e posição técnica; e/ou
  2. os bancos centrais atuam de maneira mais agressiva e assertiva; e/ou
  3. o governo dos EUA reverta parte ou a totalidade das tarifas implementadas.

Ibovespa em montanha-russa

Pelo terceiro dia consecutivo, as atenções — e a aversão ao risco — ficam concentradas no exterior, em meio ao crescente temor de uma guerra comercial semelhante a de 2018, desencadeada pelo plano tarifário dos Estados Unidos, apresentado pelo presidente Donald Trump na semana passada.

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A cautela dos investidores foi intensificada na última sexta-feira (4), após a China anunciar uma tarifa de 34% sobre a importação dos produtos norte-americano, que começa a valer na próxima quinta-feira (10) — um dia após a tarifa de 34% dos EUA contra a China entrar em vigor.

Além disso, a tarifa universal de 10% sobre todas as importações no território norte-americano entrou em vigor no último sábado (5) — com impacto, inclusive, no Brasil e nos demais países da América Latina. Já as taxas recíprocas, que são direcionadas aos países em que os EUA têm déficits comerciais, começam a valer na próxima quarta-feira (9).

Com isso, os agentes financeiros elevaram o risco de uma recessão na maior economia do mundo, com a política comercial norte-americana se tornando menos favorável às empresas. O Goldman Sachs, por exemplo, elevou pela segunda vez em uma semana a sua probabilidade para 45%. 

Agora os investidores aguardam possíveis flexibilizações das tarifas em negociações bilaterais. Na rede social, Truth Social, Trump afirmou que “todos os países estão conversando” com os EUA. Ele ainda disse que o Japão deve enviar ao território norte-americano uma equipe “de ponta” para negociar as taxas, após uma conversa com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, mais cedo.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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