Bolsa na Argentina tem melhor desempenho em 20 anos; Ibovespa repete feito da era Dilma
A S&P Merval liderou os ganhos em 2024 e atingiu valorização de 114,91% em dólares, alcançando recuperação econômica significativa no país, segundo um levantamento feito pelo Elos Ayta.
O desempenho da bolsa Argentina representa o maior ganho em dólares desde o ano de 2003, quando se valorizou 134,14%.
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Em contrapartida, o mesmo levantamento mostrou que o Ibovespa foi índice com o pior desempenho entre as 21 bolsas analisadas, terminando o ano com uma queda de 29,92% em dólares, e o maior declínio anual desde 2015, um ano antes do impeachment de Dilma Rousseff, quando o número foi de 41,03%.
Entre os principais fatores contribuição para o declínio estão a forte valorização do dólar no Brasil e retração da moeda brasileira, que teve um recuo de 10,36%.
O levantamento mostrou ainda que entre todas as bolsas analisadas, as cinco – Ibovespa, IPyC e IPSA do Chile – apresentaram os piores desempenhos, evidenciando a instabilidade econômica e política do continente.
Outros mercados europeus, como o da Alemanha e Bélgica, também tiveram um ano positivo, alcançando os ganhos em dólares de 12,55% e 9,03% respectivamente. Já índices como o CAC 40 da França e o PSI de Portugal registraram uma queda de 7,32% e 5,49% respectivamente.
Peso também valoriza
E não foi somente a bolsa argentina que valorizou. O peso argentino disparou 44,2% nos primeiros onze meses de 2024 em relação às outras moedas, representando a maior valorização do ano, apontou o levantamento feito pela GMA Capital, que utilizou os dados do Bank of International Settlements. O ano foi marcado por uma série de medida de Javier Milei, que assumiu como presidente neste ano.
Entre os fatores que impulsionaram a valorização, destaca-se os ganhos das taxas cambiais definidas pelo governo e o aumento dos salários médios que quase dobraram para US$ 990, após sete anos de depreciação e hiperinflação do país.
Por outro lado, o banco central da Argentina tem enfrentado dificuldade para reconstruir suas reservas de moeda, devido ao alto custo de dólar para manter o peso forte.
Segundo alguns analistas, é alertado que a rápida depreciação do real brasileiro e uma possível nova onda de tarifas pelo novo presidente eleito Donald Trump, podem fazer com que a moeda fica muito vulnerável a uma repentina desvalorização.