Bolsa Família é mais efetivo para combater pobreza que auxílio emergencial, diz economista
O Bolsa Família tem um melhor resultado no combate a pobreza do que o auxílio emergencial. A análise foi divulgada pelo economista da ESPM, Leonardo Trevisan.
Embora o dinheiro do auxílio emergencial tenha ajudado as famílias de baixa renda em 2020, o custo desse programa não é tão positivo quando comparamos ao Bolsa Família.
O auxílio trouxe uma despesa (até o dia 22 de dezembro) de R$ 294 bilhões, cerca de 14% do PIB. Enquanto isso, o Bolsa Família gerou um gasto de apenas 0,58% do PIB em 2019.
Para Leonardo Trevisan, além de mais barato, o Bolsa Família é mais efetivo.
“A diferença entre o Bolsa Família e o auxílio emergencial, por mais necessário que o último seja, é a vinculação de obrigações impostas às mães das famílias beneficiadas”, afirmou o economista da ESPM.
O especialista vê nas contrapartidas estabelecidas pelo Bolsa Família um instrumento fundamental no combate a desigualdade, pois os filhos são obrigados a frequentar a escola e as mães devem comparecer às consultas médicas.
Desse modo, o impacto social do Bolsa Família é muito maior do que o do auxílio emergencial.
Isso ocorre pelo fato da obrigatoriedade do uso de serviços da saúde e educação ajudarem a diminuir o índice de Gini, que mede o grau de concentração de renda em determinado grupo.
Ainda segundo Trevisan, caso o governo aumente o número de beneficiários do Bolsa Família, o impacto fiscal seria muito menor.
“Deveríamos ampliar a base de famílias credenciadas para receber o benefício, passando de 14 para 21 milhões. Ainda assim, o investimento é baixo, subiria dos 0,58% para 0,8% do PIB, o que equivale a 14 bilhões de reais”, diz o economista.