Bolsa de Valores do Canadá está de olho nas companhias brasileiras
De olho em empresas dos setores de mineração, energia renovável e infraestrutura e nas novatas do mercado de tecnologia, a Bolsa de Valores de Toronto quer provar que o Canadá também pode ser um porto seguro para as empresas brasileiras.
Na última semana, o presidente da TMX, Loui Anastasopoulos, em sua primeira visita ao Brasil, reuniu-se com empresários e executivos de bancos de investimento para falar sobre listagem das companhias brasileiras no mercado canadense.
“O Brasil é um dos principais mercados em que pensamos para nossa expansão global”, afirmou o executivo, em entrevista ao Estadão. Ele disse que seu otimismo em relação ao País cresceu após a rodada de encontros que fez ao longo da semana passada.
O grupo TMX engloba a Toronto Stock Exchange (TSX) e a TSX Venture Exchange (TSXV), sendo a última para empresas de estágio inicial, como as startups.
Neste ano, a brasileira Bravo Mining conseguiu captar US$ 31,3 milhões com a oferta inicial de ações no mercado canadense.
Segundo o executivo, diante das conversas recentes e da demonstração de interesse das companhias brasileiras, já é possível estimar que quatro ou cinco empresas do País façam uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no Canadá no próximo ano.
Um mapeamento já identificou pelo menos cem companhias que podem abrir capital no mercado do Canadá. Anastasopoulos, porém, não estabelece um prazo para cumprir a meta, mas destacou que o potencial é até maior do que esse.
“Nosso mercado é muito bom para apoiar empresas em estágio inicial”, disse o executivo. Anastasopoulos afirmou ainda que um dos nichos em que a empresa quer atuar é o de financiamento a empresas menores, como startups. “Em vez de a empresa acessar o dinheiro de um fundo de venture capital (que investe em negócios em estágio inicial), elas podem acessar o que chamamos de capital de risco público.”
‘Dupla listagem’
A intenção de prospectar negócios no Brasil não significa que o grupo canadense se veja como um concorrente da Bolsa brasileira, a B3, afirmou o executivo. “Não estamos aqui para competir com a B3, estamos aqui para complementar o que ela já faz. Eles (B3) são muito bons em atender os mercados de média e grande capitalizações. Mas achamos que podemos ajudar a apoiar empresas de pequeno a médio portes”, disse.
Conforme o executivo, outro objetivo da TMX é oferecer às empresas brasileiras a oportunidade de uma “dupla listagem”, ou seja, ter seus papéis nos dois mercados. Um exemplo desse tipo de operação ocorre com a mineradora Aura Minerals, que abriu primeiro seu capital no Canadá. Depois, em 2020, estreou na B3. No Canadá, o desempenho da Aura tem chamado a atenção. Ao longo dos últimos dois anos, a produção brasileira de ouro registra um dos melhores desempenhos da Bolsa de Toronto, o que significa estar na frente de um grupo de cerca de 3,5 mil empresas listadas.
Para dar suporte às empresas daqui, a TMX alocou um executivo no Brasil. “O Brasil é uma economia muito grande, muito vibrante, tem laços muito fortes com a economia canadense. Nossos mercados de capitais estão muito conectados.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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