Bolsa da Argentina reduz previsão de colheita de soja com produtores optando pelo milho
Os produtores da Argentina devem colher 48,8 milhões de toneladas de soja na safra 2021/22, ligeiro recuo ante a estimativa anterior de 49 milhões, disse a bolsa de cereais de Rosário, citando uma pequena mudança de alguns agricultores para o milho que estaria mais lucrativo.
A safra de milho de 2021/22 do país está estimada entre 55 milhões e 56 milhões de toneladas, uma leve alta ante a previsão anterior da bolsa de 55 milhões, conforme relatório divulgado na tarde de quarta-feira.
Em análise separada, a bolsa de cereais de Buenos Aires disse nesta quinta-feira que espera chuvas na próxima semana, com até 25 milímetros em algumas áreas do cinturão agrícola central, e alertou sobre possíveis geadas em áreas produtoras no oeste e no sul.
A Argentina é um principal fornecedor global de trigo, o segundo maior exportador de milho do mundo e principal exportador de óleo e farelo de soja.
Entretanto, alguns produtores recentemente optaram por milho ao invés da soja, para mitigar danos de um clima seco e aproveitar maiores lucros.
A bolsa do Rosário disse que a área plantada com soja em 2021/22 provavelmente será de 16,2 milhões de hectares, corte de 200 mil hectares de área plantada indicada em sua previsão anterior, para um total de 700 mil hectares a menos que na temporada passada.
O plantio está previsto para começar em outubro.
A bolsa disse que as atuais margens de lucro da soja são “menores do que as do milho”, e observou uma queda na produtividade devido à “falta de água”, assim como uma maior carga tributária sobre as oleaginosas.
As exportações de soja pagam uma taxa de 33%, enquanto os embarques de óleo e farelo de soja estão sujeitos a uma taxa de 31%. O imposto sobre as exportações de milho é substancialmente mais baixo, em 12%.