Bolsa brasileira tem empresas ‘excelentes e maravilhosas’ que não param de cair, diz gestor
O fundador da Verde, Luis Stuhlberger, reiterou que a gestora tem hoje uma exposição de 17% em Bolsa, abaixo da média história de 25-20%. “A Bolsa brasileira tem empresas excelentes e maravilhosas que não param de cair”, afirmou ao Brazil Journal.
Stuhlberger disse ver um custo de capital alto e revisão dos lucros das empresas, em meio a uma Selic elevada. “Muitas vezes o mercado fica no preço porque tem fluxo”, explicou. “Tem fluxo muito maior de venda de brasileiros do que se imaginava e um fluxo de compras de gringos muito menor do que se imaginava”.
Sem destacar quais companhias, o gestor disse que há empresas “incríveis” que a casa gosta de ter em portfólio. “Não estou dizendo que a gente não pode vender e diminuir [essas ações]”, ponderou.
No exterior, a gestora tem posição em commodities (petróleo e ouro) e defende que o Brasil tem o dólar como um ativo com ao menos três características que outros investimentos possuem.
“Em economia você não consegue ter a trindade: segurança, liquidez e rentabilidade”, disse o gestor. “Mas, em um único ativo [o dólar], você não tem risco de duration [risco de um título em relação ao prazo de seu vencimento], é ‘título’ do governo e tem a rentabilidade do juro real mais alto do mundo”.
Stuhlberger destacou que a Verde tem posição comprada em inflação longa, em uma prevenção contra potencial desajuste fiscal. “Chega uma hora que o governo do PT pode provocar uma crise, ir para um caminho ruim e os mercados precificarem pior”, disse.
Para ele, o mercado pode reduzir o prêmio exigido após a aprovação do arcabouço fiscal. Stuhlberger disse ainda ver o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, como influências positivas sobre o presidente da República.